16 de abril de 2011

Negócio ruinoso no armamento

Execução das contrapartidas das compras de equipamento militar está parada. Já se admite incumprimento nos submarinos.

A execução das contrapartidas das aquisições de equipamento militar destinado às Forças Armadas está parada nos programas mais caros: em 2010, submarinos, Pandur e aviões C295 estagnaram. E a Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC) já afirma que as contra

partidas dos submersíveis, que atingem os 1,2 mil milhões de euros, não serão cumpridas.

O relatório de actividades da CPC de 2010, a que o CM teve acesso, revela que dos oito programas em curso há vários anos cinco não sofreram evolução: aos submarinos, Pandur e C295, acrescem os torpedos e os ‘targeting pods' para os aviões F16. A compra dos equipamentos militares deveria beneficiar Portugal com contrapartidas em negócios de quase 2,9 mil milhões de euros, mas a execução desses projectos não ultrapassa os 622 milhões de euros.

Com uma taxa de execução de apenas 21,5%, as empresas portuguesas estão a perder um volume de negócios de cerca de 2,3 mil milhões de euros. E tudo isto acontece numa altura em que Portugal atravessa uma das mais graves crises financeiras dos últimos 150 anos e apesar da polémica ocorrida há um ano no Parlamento.

Os prejuízos poderão agravar-se ainda mais com os submarinos: três meses após Portugal ter pago mil milhões de euros pelos navios, a CPC admite que os alemães da Ferrostaal se desinteressaram das contrapartidas e que são "cada vez mais ténues as probabilidades de o GSC [German Submarine Consortium, a quem foram comprados os navios] vir a cumprir as suas obrigações até ao termo do projecto de implementação do Contrato de Contrapartidas".

FONTE: Correio da Manhã

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