23 Fevereiro 2010 - 00h30
Renúncio de mandato
PT paga indemnização milionária
Rui Pedro Soares, que renunciou ao mandato após a divulgação das escutas do caso ‘Face Oculta’, vai receber da PT uma indemnização de 600 mil euros.
Rui Pedro Soares, o administrador da PT que renunciou ao mandato na sequência da divulgação das escutas do caso ‘Face Oculta’, vai receber da PT uma indemnização de 600 mil euros como compensação financeira pelos salários não recebidos até ao final do mandato. Ontem, Fernando Soares Carneiro, representante do Estado na gestão da PT, como era Rui Pedro Soares, renunciou também ao mandato, que terminava em 2011, e será também indemnizado.
Ao que o CM apurou, Rui Pedro Soares recebia por ano na PT 2,5 milhões de euros, entre remunerações fixas e variáveis. A PT não comenta à indemnização dada a Rui Pedro Soares, até porque na semana passada Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, presidente e líder da comissão executiva da PT, deixaram claro que a empresa 'nunca comentou ou transmitiu fora da sede própria, que é a divulgação de informação ao mercado, as condições de remuneração dos seus órgãos sociais, não fazendo qualquer sentido que abra uma excepção no presente caso'.
Em regra, quando há renúncia ao mandato não há lugar a indemnizações, mas é habitual as empresas negociarem com os trabalhadores a atribuição de uma compensação. É à luz desta prática que Rui Pedro Soares, que é quadro da PT desde 2001, e Fernando Soares Carneiro, que abandona o grupo, obtiveram uma indemnização da PT. Rui Pedro Soares permanece no Grupo PT, como director, com o salário mensal de quase dez mil euros.
Ontem, Fernando Soares Carneiro garantiu que a sua renúncia ao cargo na PT não está relacionada com o negócio de aquisição da TVI: 'Como já muitos terão reparado, nenhum dos episódios referidos, ou qualquer outro dos divulgados pela Comunicação Social, me liga ao falhado processo de aquisição da TVI pela PT, com o qual nada tive a ver.'
Por isso, Soares Carneiro foi categórico: 'Não renuncio ao cargo de administrador da PT SGPS para defender a honra hipoteticamente manchada. Na realidade, a minha honra profissional é um bem sólido, com quase 40 anos de prestigiada carreira, e a minha honra pessoal é algo que eu não dou azo a que seja discutido na praça pública.'
Henrique Granadeiro e Zeinal Bava enalteceram o empenho com que Soares Carneiro exerceu as suas funções na PT.
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