15 Abril 2010 - 16h51
Médica oferece 30 mil para proteger mulheres durante o Mundial
É semelhante a um preservativo feminino, mas vai muito mais além do que evitar a gravidez. O Rape-aXe consiste num dispositivo de plástico com arestas em forma de serra no interior e o principal objectivo é evitar a violação.
A mulher introduz o preservativo na vagina, como se fosse um tampão, e pode fazer uma vida perfeitamente normal. Em caso de ataque, a vítima não sofre qualquer dano, mas atrapalha a acção do pénis do agressor.
O Rape-aXe foi inventado por Sonnet Ehlers, uma médica que atende mulheres vítimas de abuso sexual na África do Sul e que agora se propõe a distribuir de forma gratuita 30 mil destes preservativos durante o Mundial 2010, que se disputa neste Verão. Em 2005 foi testado o primeiro protótipo deste preservativo, na Cidade do Cabo, e a inventora garante que está totalmente aperfeiçoado para ser usado em larga escala.
"Trata-se de um aparelho que se introduz na vagina, é muito cómodo e, em caso de abuso sexual, atrapalha o pénis do homem. Este sentirá uma grande dor e só o poderá retirar se for a um hospital, onde não pode negar que tenha penetrado uma mulher", explicou Ehlers, numa entrevista à Radio Netherlands.
O pénis do agressor fica preso ao dispositivo e não há qualquer perigo do membro sangrar e contagiar a mulher com qualquer tipo de doença. Ehlers garante ainda que o preservativo não produz danos para a mulher. Já o homem pode sofrer algumas cicatrizes provocadas pelas arestas dentadas do dispositivo que cicatrizam com o tempo.
POLÉMICA MARCA INVENÇÃO
O dispositivo não é, contudo, consensual e tem gerado algumas críticas, que a inventora rebate. Um dos primeiros argumentos dos que se mostram contra o dispositivo passa pela possibilidade do homem se tornar mais violento e matar a mulher. Ehlers responde que "sempre que uma mulher sofre uma violação corre o perigo que a matem".
Por outro lado, tem-se especulado que algumas mulheres possam usar o Rape-aXe como forma de vingança contra um ex-companheiro. A médica admite essa hipótese, mas oferece um conselho às mulheres: "Não ponhas o que te pertence onde não te pertence e nunca terás problemas".
Por último, alguns críticos consideram que o Rape-aXe é um "dispositivo medieval", o que Ehlers contesta, alegando que a violação é sim um "acto medieval".
O Rape-aXe não está à venda na África do Sul e só é usado em experiências pontuais com voluntários.
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