1 de abril de 2010

Luvas de 6,4 milhões para quatro políticos

01 Abril 2010 - 00h30

Caso dos submarinos

Luvas de 6,4 milhões para quatro políticos

Compra dos navios investigada em Portugal e na Alemanha. Quatro pessoas ligadas ao Governo PSD/CDS-PP terão recebido cada uma 1,6 milhões de euros.

Quatro políticos ligados ao Governo da coligação PSD/CDS-PP, responsável pela adjudicação da compra de dois submarinos aos alemães do German Submarin Consortium (GSC) em 2004, terão recebido cada um luvas de 1,6 milhões de euros pela concretização daquele negócio. Ao todo, as quatro pessoas em causa terão recebido 6,4 milhões de euros.

Todos os intervenientes na operação de compra dos dois submarinos, sejam portugueses ou estrangeiros, terão recebido, segundo apurou o CM, o mesmo montante em luvas: 1,6 milhões de euros.

Por isso, aos quatro políticos ligados ao Executivo da altura acrescerá ainda uma quinta pessoa: o cônsul honorário de Portugal em Berlim, Jürgen Adolff, que, segundo as investigações da Procuradoria de Justiça de Berlim, terá recebido uma comissão de 1,6 milhões de euros por alegadamente ter organizado um encontro entre um administrador da Ferrostaal, empresa que integra o GSC, e Durão Barroso, no Verão de 2002. Ontem, o Governo demitiu do cargo aquele diplomata.

Em buscas realizadas à sede da Man Ferrostaal, em Essen, as autoridades de Munique encontraram, segundo revelou esta semana a ‘Der Spiegel’, mais de uma dúzia de contratos de mediação e consultadoria que se destinavam a disfarçar o pagamento de luvas a 'decisores do Governo, dos ministérios e da Marinha de Portugal'.

A Ferrostaal já disse que 'o alvo da suspeita não é a empresa', mas confirmou que 'foi informada de que se trata de acusações de suborno em alguns projectos específicos'.

A compra dos submarinos está também a ser investigada em Portugal. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), liderado por Cândida Almeida, tem dirigido as investigações em duas importantes linhas: por um lado, apurar como vão ser pagos os submarinos ao GSC, uma vez que não foi definido um plano de financiamento; por outro, cruzar as transferências e depósitos bancários para perceber que comissões foram pagas e a quem.

Os investigadores portugueses já fizeram buscas à sede da Ferrostaal, na Alemanha, e aguardam o envio de documentação importante.

PORMENORES

CASO PORTUCALE

A Polícia Judiciária começou a investigar os submarinos em 2007, após uma certidão retirada do caso Portucale.

GARANTIA DE UM ANO


Os submarinos, segundo o contrato, têm um prazo de validade de apenas um ano.

BES EM LONDRES


Segundo a investigação, foram depositados 30 milhões de euros em nome da Escom no balcão do BES em Londres.

Continua...

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