20 Março 2010 - 00h30
Face Oculta
Figo recebeu mais que Baía, Costa e Pinto
Figo ganhou 350 mil euros com o Taguspark. PT pagou 300 mil a Rui Costa, Vítor Baía e Sá Pinto.
O contrato de Luís Figo com o Taguspark, negociado por Rui Pedro Soares enquanto administrador não executivo daquele parque tecnológico, foi mais caro do que a soma dos contratos de Rui Costa, Vítor Baía e Sá Pinto com a PT, negociados por Rui Pedro Soares como administrador da PT. Enquanto Figo cobrou ao Taguspark 350 mil euros no primeiro ano de vigência do contrato, Rui Costa, Vítor Baía e Sá Pinto, segundo apurou o Correio da Manhã, cobraram à PT como 'embaixadores do desporto escolar', no primeiro ano, um total de quase 300 mil euros.
O valor do contrato de Rui Costa e de Vítor Baía é, segundo fontes conhecedoras do processo, semelhante: no primeiro ano, cada uma destas ex-estrelas da selecção portuguesa de futebol recebeu da PT quase 100 mil euros. Já Sá Pinto ganhou, por igual período, um montante na ordem dos 90 mil euros.
A comparação entre os contratos de Figo, Rui Costa, Vítor Baía e Sá Pinto é um dos focos principais da investigação no ‘caso Figo’, que está a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
No essencial, pretende-se apurar se há diferenças entre os contratos que permitam estabelecer uma eventual ligação entre a assinatura do contrato com Figo e o encontro deste ex-jogador com José Sócrates no último dia da campanha eleitoral para as legislativas de 2009. No âmbito deste processo, Rui Pedro Soares foi constituído arguido. E, na próxima semana, continuam as audições.
Para já, a PT deixa claro que 'não divulga o início nem o fim de cada contrato, respeitando integralmente o compromisso de confidencialidade que eles nos merecem e a que estamos contratualmente obrigados'. Logo, não revela os valores.
Mesmo assim, a empresa garante que a acção ‘A PT com o desporto escolar’ e os contratos com aqueles jogadores 'como embaixadores do desporto escolar PT', foram aprovados pela comissão executiva da companhia.
PORMENORES
CONTRATO COM O TAGUS
Figo assinou o contrato com o Taguspark em 1 de Agosto de 2009. O contrato podia ser prorrogado por dois anos: 200 mil euros por ano. Ao todo, estavam em causa 750 mil euros.
PROMOÇÃO NO EXTERIOR
O contrato de Figo tem em vista a participação do ex-jogador na promoção internacional do Taguspark. Até Agosto de 2010, ocorre a Expo Xangai e o Campeonato do Mundo de Futebol, na África do Sul.
ISALTINO REAGE
Isaltino Morais, líder da Câmara de Oeiras (principal accionista do Taguspark), já disse que é contra a prorrogação do contrato de Figo por dois anos.
OUVIDOS
Américo Thomati e João Carlos Silva, gestores do Tagus, deverão ser ouvidos na próxima semana.
EX-ESTRELAS JÁ FORAM À ESCOLA
A PT garante que Rui Costa, Vítor Baía e Sá Pinto já visitaram, como 'embaixadoresdo desporto escolar PT, dezenas de escolas do 2º, 3º Ciclo e Ensino Secundário'.
A empresa frisa que os ex-jogadores andaram a distribuir pelos alunos bilhetes para vários jogos de futebol e a dar autógrafos.
Com este projecto, a PT diz que pretende 'promover a prática desportiva junto dos mais novos e incentivar a adopção de um estilo d e vida saudável'.
OFERECIA PRENDAS VALIOSAS
Uma fortuna considerável, controlada por empresas sediadas em paraísos fiscais, foi o que o Ministério Público e a Polícia Judiciária de Aveiro encontraram na investigação a Manuel Godinho. O sucateiro é dono da Administrações Prediais Godinho, controlada pela Summerline Investements Limited, sediada no Luxemburgo, e foi através dessa empresa que Godinho movimentou a maioria das grandes verbas.
A PJ apurou que Paulo Costa, também sucateiro, comprava imóveis e vendia-os depois à Prediais Godinho. O objectivo era ludibriar as autoridades fiscais, já que a empresa seria, presumivelmente, uma imobiliária. Diz o MP que quem dava o dinheiro a Costa para comprar os imóveis era Godinho, certo de que depois aquele lhe voltaria para as mãos.
As autoridades detectaram também prendas valiosas. Os relógios e as peças de porcelana eram prática corrente no Natal e o MP considera que as ofertas configuram o crime de corrupção. Os arguidos desmentem-no e José Penedos, por exemplo, no recurso que interpôs para a Relação, considerou mesmo que as ofertas eram mera cortesia. Garantiu nunca se ter sentido pressionado e explicou que todos os administradores as recebiam.
TOPOS DE GAMA APREENDIDOS
Manuel Godinho ofereceu a pelo menos dois arguidos dois automóveis topo de gama. Os carros foram apreendidos pela Polícia Judiciária de Aveiro e estão neste momento à guarda do tribunal. Paiva Nunes, da EDP Imobiliária, recebeu um Mercedes SL500 e António Costa, da Petrogal, foi presenteado com outro automóvel de igual marca. Os carros pagavam favores.
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