26 de novembro de 2010

Aeroporto de Beja derrapa 10%

Aeroporto de Beja precisa de 39 milhões para arrancar. Tribunal de Contas diz que infra-estrutura não tem viabilidade económica assegurada e acumula prejuízos há 10 anos.

O aeroporto de Beja, cuja construção foi adjudicada por cerca de 24,235 milhões de euros, acabou por custar 10% mais, devido a revisões de preços, erros e omissões de projecto e trabalhos a mais, num total de 26,582 milhões de euros. Além disso acumulou, entre 2001 e 2009, quatro milhões de euros de "custos de estrutura/funcionamento" devido ao sistemático adiamento da inauguração da infra-estrutura.

A conclusão é de uma auditoria do Tribunal de Contas que acrescenta que, "para a operacionalização da infra-estrutura e para dar cobertura a défices de exploração" da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB), é ainda necessário gastar "cerca de 39 milhões de euros". Todos estes valores não incluem IVA.

Dez anos depois da constituição da EDAB para o desenvolvimento do projecto, o aeroporto continua sem funcionar. E ainda são necessários mais oito milhões de euros "de obras adicionais" para tornar a pista utilizável por aviões comerciais. É que "um erro no modelo utilizado" não permitiu a certificação pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, já que "continua a não ter a solidez necessária". A pista pode apenas acolher aeronaves comerciais civis, estando agora a ser equacionado que sirva para o "estacionamento de aviões a baixo preço". Sobre este erro, a EDAB "não apurou quaisquer responsabilidades".

O aeroporto de Beja foi construído tendo em vista promover o desenvolvimento, na região, de actividades ligadas à aviação civil, nomeadamente no transporte de passageiros e carga, funcionando em complementaridade com a Portela e Faro, em especial para as companhias low cost, e promover a criação de emprego qualificado. No entanto, o Tribunal de Contas conclui que até Maio de 2010, altura da auditoria, a infra-estrutura "não tem contribuído para o desenvolvimento da região nem para a criação de emprego".

O TC vai mais longe e sublinha que "esta empresa pública, constituída sob a forma de sociedade anónima, nunca apresentou qualquer plano de negócios, acumula prejuízos há quase dez anos e opera num quadro de total incerteza de viabilidade económica e financeira". Situação explicada por "não existirem ainda as necessárias acessibilidades, os empreendimentos turísticos não serem visíveis e as áreas de potenciais negócio se encontrarem por definir".

FONTE: http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1720457&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%253A+DN-Economia+%2528DN+-+Economia%2529

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