31 de outubro de 2011

Informática no 9.º ano vai acabar

A disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) deverá desaparecer do currículo do 9º ano já a partir do próximo ano lectivo. "A maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente [no 9º ano] e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC", considera Nuno Crato.

O ministro da Educação e Ciência confirma, em entrevista ao jornal ‘Público’, que a disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT), no 2º ciclo, deixará de ser leccionada por dois professores. "Não estamos em época de ter dois professores em sala de aula", afirma, defendendo que se deve "separar curricularmente a Educação Visual e a Educação Tecnológica e os professores alternarem a docência". Com o fim das TIC, mais de 3600 docentes são dispensados, a maioria contratados, com horários incompletos. Com um vencimento médio de mil euros brutos, o Estado conseguirá poupar, por ano, cerca de 43 milhões de euros.
"A maioria dos alunos já sabe ler e escrever no 9º, se calhar devia-se acabar com o Português", ironiza Mário Nogueira, líder da Fenprof, estimando que com as medidas em preparação sejam eliminados "32 a 35 mil postos de trabalho". O dirigente lembra que foi o ministro David Justino, no Governo de Durão Barroso, quem introduziu as TIC. E recorda que "há seis meses o PSD votou contra o fim do par pedagógico em EVT". 

PROFESSORES SEM REDUÇÕES
Uma das medidas na forja, e que deverá gerar grande contestação, é o fim das reduções de horários a que os professores têm direito à medida que avançam na carreira.
A redução máxima é de 8 horas, atribuída a um docente com 60 anos de idade e 25 anos de serviço. Um professor nestas condições dá 14 horas de aulas por semana, enquanto um docente em início de carreira dá 22. Contudo, estas horas de redução são convertidas em horas não lectivas e aplicadas numa série de funções fora da sala de aula.
"Se acabarem com as reduções, não sei como é que as escolas vão fazer para ocupar os cargos de coordenação, assessorias, etc", afirma Mário Nogueira, prometendo "luta feroz" contra as medidas do Governo. 

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