12 de outubro de 2011

“Não há verba para pagar às Misericórdias”

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, admitiu que não há dinheiro para pagar às Misericórdias no âmbito da prestação de serviços nos cuidados continuados.

"Não há verba para pagar às Misericórdias e não podemos estar a contratar novos serviços", afirmou o ministro, durante uma resposta no Parlamento no âmbito da interpelação ao Governo sobre política de saúde, a pedido do PCP.  
No final do debate, em declarações aos jornalistas, o ministro reconheceu que há dívidas às Misericórdias em relação às quais ainda não está definido como serão pagas: "Há dívidas em relação às quais tem de ser visto como são reunidos os meios para as liquidar".  
Paulo Macedo adiantou que "tem de ser feito o esforço de priorizar as necessidades presentes", acrescentado que é sabido que não há verba para os três mil milhões de dívidas contraídas que o Serviço Nacional de Saúde tem actualmente para pagar.  
O tema da falta de verbas para pagar às Misericórdias surgiu numa resposta do governante à deputada socialista Luísa Salgueiro, que levantou uma questão sobre o estado da rede de cuidados continuados.  
Durante o debate, o Bloco de Esquerda indignou-se com o que diz ser a ausência de medidas do Governo para evitar a saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). "Em 100 dias de governação, o senhor ministro não encontrou um minuto para encontrar uma solução que facilite o regresso de médicos reformados e para evitar a sangria de médicos do SNS", manifestou o bloquista João Macedo.  
Bloco de Esquerda e PCP mostraram-se ainda contra o que dizem ser a cedência do Governo aos privados, com João Macedo a sugerir a Macedo que corte 15% nos mais de 300 milhões que as parcerias público-privadas vão custar num ano.  
Também o PCP acusou o Governo de "favorecer os hospitais privados" e de não revelar o montante exacto de transferência do Orçamento do Estado para estas unidades. Pela voz de Bernardino Soares, os comunistas criticaram a manutenção do contrato com o Grupo Mello no hospital de Braga, lembrando ao ministro da Saúde que "este dinheiro é dos contribuintes".  
Sobre a transferência de verba para os hospitais privados, o ministro apenas referiu que será menor do que o total da despesa da Administração Regional de Saúde do Centro, perto de 600 milhões de euros.

FONTE: Correio da Manhã

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