13 de outubro de 2011

Razia no exame para advogados

Inédito: o número de chumbos na prova de aferição para aceder à segunda fase do estágio na Ordem dos Advogados atingiu os 65%. Nunca visto.

Dois terços dos estagiários que realizaram a prova de aferição para aceder à segunda fase do estágio na Ordem dos Advogados chumbaram. A média nacional de chumbos foi de 65%, a mais elevada de sempre segundo os conselhos distritais, que estão preocupados e prometem reflectir sobre os resultados.
Num total de 1394 advogados estagiários que se submeteram a exame, 913 chumbaram e apenas 481 foram admitidos à segunda fase de estágio, que tem um total de 18 meses dividido em dois períodos: seis meses mais um ano.
Em termos percentuais, o pior resultado registou-se em Faro: em 18 exames, 14 chumbaram, o que corresponde a 77% de reprovações. Já em Lisboa, onde houve o maior número de exames, houve 73% de chumbos: 465 em 635.
Contactado pelo CM, o presidente do conselho distrital de Faro, José Leiria, admitiu que "nunca houve uma percentagem de chumbos tão elevada" no fim da primeira fase do estágio, mas explicou que "as regras são diferentes": "Antes deste curso, os formadores eram escolhidos pelos conselhos distritais, mas agora são da responsabilidade do conselho geral".
Já o dirigente de Évora, Vítor Tomás, fala em critérios "gerais e abstractos" seguidos pela Comissão Nacional de Avaliação, cujos membros são designados pelo Conselho Geral e pelo bastonário, e lembrou que "os testes suscitaram várias críticas de vários quadrantes". "Estou preocupado com estes resultados e vamos reflectir sobre isto", acrescentou o advogado.
Guilherme Figueiredo, presidente do conselho distrital do Porto, sublinhou também que "a percentagem é muito elevada", mas disse que ainda vai estudar os resultados.
O CM tentou, sem sucesso, contactar o bastonário António Marinho Pinto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário