13 de outubro de 2011

Buraco nas contas públicas já está acima dos 3 mil milhões

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, indicou nesta quinta-feira, numa comunicação ao País, que o buraco orçamental deste ano é superior a três mil milhões de euros, quase mais mil milhões que o estimado inicialmente pelo Governo.

"Os desvios na execução orçamental de 2011 relativamente ao que estava previsto no Programa de Assistência são superiores a 3000 milhões de euros", afirmou Pedro Passos Coelho durante uma comunicação a partir do Palácio de São Bento.  
Num discurso onde anunciou cortes históricos nos subsídios de férias e natal dos trabalhadores e pensionistas da Administração Pública e Empresas públicas, o primeiro-ministro dá indicação de um buraco bastante maior que aquele que tinha vindo a ser indicado.  
As medidas de correcção para este ano, tal como já havia sido dito pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, passam por mais medidas temporárias, como as receitas de concessões e transferências de fundos de pensões da banca.  
O valor que o primeiro-ministro agora diz ser superior a três mil milhões de euros supera largamente os dois mil milhões inicialmente previstos pelo Governo, a que acresceram desvios com a Madeira e com o Banco Português de Negócios, para um valor a rondar os 2.500 milhões de euros.  
No entanto, Passos Coelho refere-se no seu discurso a este desvio superior a três mil milhões de euros apenas na vertente da execução orçamental, que no Documento de Estratégia Orçamental é contabilizado sem as despesas consideradas "one-off" - sem repercussão no próximo ano - que é o caso de reclassificações de operações de capital e do BPN.  
O desvio de execução orçamental contabilizado pelo Governo nessa altura era de 1,1 por cento do Produto Interno bruto, perto de dois mil milhões de euros.  
Acresce a este o desvio não repetível noutros anos para 1,5 por cento do PIB, dando a entender que o desvio total pode ser ainda maior.   

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