17 de janeiro de 2011

Dívida custa 15 000 € a cada português


A dívida directa do Estado já ultrapassa, neste momento, os 154,6 mil milhões de euros. E já custa a cada cidadão português cerca de 15 mil euros.

Os encargos com a dívida pública são cada vez mais elevados para os portugueses: neste momento, os mais de 154,6 mil milhões de euros de dívida directa do Estado, que inclui apenas a Administração Central, custa a cada cidadão quase 15 mil euros, um valor que muitas famílias nem sequer têm em poupanças para a reforma. Por causa do défice das contas públicas e da necessidade de amortizar a dívida, as despesas com o financiamento do Estado irão manter-se elevadas nos próximos anos.

O aumento dos encargos com a dívida pública ocorre, justamente, numa altura em que os portugueses enfrentam uma forte quebra nos seus rendimentos: enquanto os cidadãos vão ter de viver com menos recursos nos próximos anos, devido aos cortes nos salários e à subida dos preços da generalidade dos produtos e transportes, o Estado, por força da derrapagem nas suas contas, irá aumentar o seu endividamento. Só no último ano o encargo de cada português com a dívida directa do Estado aumentou quase dois mil euros.

Para já, no final do ano passado, a dívida directa do Estado ascendeu a 151,7 mil milhões de euros, 89% do PIB de quase 171 mil milhões de euros previsto pelo Instituto Nacional de Estatística para 2010. Com a emissão, este ano, de mais de 2,8 mil milhões de euros, a dívida pública directa do Estado já ultrapassa os 154,6 mil milhões de euros.

Por isso, o ministro das Finanças deixou claro esta semana na Assembleia da República, durante uma audição sobre a proposta de lei do Enquadramento Orçamental, que Portugal "tem de reduzir o rácio da dívida pública". E, dado o elevado montante de financiamento que o País precisa até Abril e a alta pressão dos mercados financeiros, frisou: "Nós precisamos de dar sinais de rigor e de contenção orçamental", até porque "é importante que quem nos avalia veja que temos regras."

Certo é que nos últimos dois anos, devido à crise financeira e ao desequilíbrio nas contas públicas, a dívida directa do Estado aumentou quase 30 por cento, correspondente a mais de 33 mil milhões de euros. E as taxas de juro, por causa do aumento do risco de Portugal não cumprir os seus pagamentos, dispararam a partir de Maio de 2010.

Com este aumento do preço do dinheiro, sofrem a Banca, as empresas e as famílias. E os especialistas receiam que o País, que tem de obter créditos de 15 mil milhões de euros até Abril deste ano, não escape à ajuda financeira externa.

FONTE: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/divida-custa-15-000--a-cada-portugues-215745440

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