Um habitante de Alijó acusa a GNR local de "abuso de poder" por lhe ter mandado rebocar dois carros estacionados legalmente à porta de casa, no passado mês de Junho. Avançou com o caso para tribunal. Quase quatro meses depois, ainda não os recuperou.
António Monteiro, 61 anos, contou, ao JN, que na noite de 17 de Junho deste ano deixou aparcados em local permitido, junto ao passeio da sua moradia, na Avenida 25 de Abril, sentido Alijó-Favaios, dois automóveis ligeiros de passageiros: um Volkswagen Polo e um Fiat Punto. O primeiro é propriedade do genro e o segundo pertence ao filho. Ambos lhes tinham sido emprestados há vários meses, no sentido que deles fruísse como bem entendesse.
Quando na manhã seguinte saiu de casa, cerca das 9 horas, não encontrou as duas viaturas. Cuidou que os tivessem roubado ou até que os tivessem apreendido como "penhora por eventual multa". Por isso foi logo falar com o seu advogado, que nesse mesmo dia apresentou uma queixa no Ministério Público de Alijó, pedindo a abertura de inquérito e respectiva investigação para apurar a identidade dos responsáveis pela situação.
Só que, entretanto, por investigação pessoal, António Monteiro conseguiu saber que afinal fora a GNR a mandar rebocar os dois carros. Na posse destes dados, o advogado enviou nova missiva ao Ministério Público, dando conta de que afinal os veículos não tinham sido roubados mas removidos por ordem da GNR. A justificação era a passagem de "um veículo especial, de dimensões extraordinariamente desajustadas à circulação rodoviária", que "transportava uma cuba para uma adega da Real Companhia Velha, na Granja, Alijó".
Na nova comunicação ao Ministério Público, o queixoso sublinhou que o militar, ou militares, da GNR que ordenou a remoção dos carros o fez com "manifesto abuso de poder, previsto e punível pelo artigo 382º do Código Penal". Daí que tenha pedido ao Ministério Público para ser indemnizado. "Alguém vai ter de pagar os prejuízos que estou a ter. Não sei quem, mas terá de ser alguém. Lá terá de ser o Estado, não é?"
Considera "inédita e rocambolesca" a situação em que agora está envolvido, pondo mesmo em causa o Ministério Público, acusando-o de estar "conivente com a GNR", tal a demora em resolver o caso. "É inadmissível, no século em que nos encontramos, acontecer uma coisa destas", reiterou.
FONTE: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1682596
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário