Portugal está em 33º lugar no Índice de Percepção da Corrupção de 2012, que engloba 176 países, mas surge numa “posição dramática” a nível europeu, considera o vice-presidente da associação cívica Transparência e Integridade (TIAC).
No ranking do Índice de Percepção da Corrupção da ‘Transparency International’, Portugal apresenta uma classificação de 63 (33.º lugar), numa escala de 0 a 100, que vai de muito corrupto a muito limpo, na mesma posição encontram-se Butão e Porto Rico e à frente de tália (72.º) e Grécia (94º). Já em relação a Espanha (25.º) e França (22.º), Portugal apresenta um nível de corrupção mais alto.
Numa análise aos países da União Europeia (UE), Portugal surge em 15º lugar.
“Portugal só tem atrás de si Malta, que é um pequeno país, Grécia, que me abstenho de comentar, Itália, que ainda tem predominância muito forte de influência da máfia sobre serviços públicos e alguns países de leste, e nem todos. O panorama é desastroso”, comentou à agência Lusa Paulo Morais, vice-presidente da TIAC e um dos responsáveis pela revisão da metodologia do índice da corrupção deste ano.
É precisamente esta ligeira alteração de metodologia em relação aos índices dos anos anteriores que não permite fazer uma comparação da classificação obtida e da posição assumida pelos países.
Contudo, o investigador lembra que Portugal desceu quase 10 lugares no Índice de Percepção de Corrupção na última década: passou da 23ª posição em 2000 para a 32ª em 2011.
“Depois desta época desastrosa de Portugal em termos de crescimento da corrupção seria bom que viesse uma década regeneradora. Cabe à sociedade civil fazer pressão sobre os nossos líderes nesse sentido”, comentou Paulo Morais.
O vice-presidente da TIAC lembrou ainda que “há uma forte relação” entre o nível de desenvolvimento dos países e a corrupção, concluindo que os dados de Portugal permitem perceber que o potencial de desenvolvimento é “muito baixo”.
Aliás, os investigadores que elaboraram o índice constataram um “baixo desempenho” comum aos países da zona euro mais afectados pela crise financeira e económica.
Numa análise a todos os 176 países classificados, a Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia surgem em primeiro lugar, todos com uma classificação de 90 (quando a pontuação máxima é de 100).
No fim da lista, com piores pontuações, estão a Somália, Coreia do Norte e Afeganistão (com 8 pontos).
Entre os países de língua portuguesa, Cabo Verde surge em 39º lugar, o Brasil na 69ª posição e São Tomé e Príncipe na 72ª. Já abaixo do meio da tabela, Timor-Leste está na posição 113, Moçambique na 123, a Guiné-Bissau na 150 e Angola sete lugares abaixo, no número 157 do ranking, com 22 pontos.
Paulo Morais considera que este Índice mostra que “a corrupção domina o mundo”, com mais de metade dos países a obter um ‘score’ inferior a 50 numa escala de 0 a 100.
O Índice de Percepção da Corrupção é composto por índices de corrupção de entidades internacionais consideradas credíveis, como os do Banco Mundial.
Noticias ao Minuto - Portugal tão corrupto como Butão e Porto Rico
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