1 de dezembro de 2011

Ministra pede empenho no combate ao enriquecimento ilícito

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, pediu nesta quinta-feira o "empenho" dos jovens sociais-democratas para o combate pela criminalização do enriquecimento ilícito, que terá a oposição sempre dos "mesmos", apesar de o direito penal não ter "efeitos retro-activos".

Paula Teixeira da Cruz defendeu que "Portugal precisa de higiene", "não só na política", mas também "no tecido empresarial".  
"Peço a vossa reflexão, o vosso empenho, o vosso auxílio neste combate, que é um combate duro, ao qual muitos se oporão e todos nós percebemos porque é que se oporão. Serão sempre os mesmos a oporem-se, mesmo que o direito penal não tenha efeitos retroativos", afirmou Paula Teixeira da Cruz, sem concretizar.  
Num almoço da Universidade Política da JSD de Lisboa, a ministra da Justiça reiterou que o projeto do PSD para a criminalização do enriquecimento ilícito não sofre de "nenhuma inconstitucionalidade".  
"De resto, é muito curioso que tantos defensores da criminalização do enriquecimento ilícito de repente tenham passado a ferozes opositores da criminalização do enriquecimento ilícito, invocando a questão do ónus da prova, como se isso não sucedesse ao pontapé no que respeita aos crimes no âmbito fiscal", argumentou.  
"Aí nunca houve vozes a levantarem-se contra o ónus da prova e nem se que é o que sucede na criminalização do enriquecimento ilícito", acrescentou. 
O grupo de trabalho da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais para o enriquecimento ilícito, que reúne deputados de todos os partidos, está a elaborar um texto final relativo aos diversos projectos de lei que foram aprovados na generalidade.  
A criminalização do enriquecimento é ilícito é uma "questão absolutamente decisiva para o combate à grande corrupção", que "não passa só pelo sector público, também passa o sector privado".   
"Não vamos fazer do sector público o local onde toda a corrupção passa. Há muita corrupção no sector privado. Portanto, a criminalização deve ir também no sentido de envolver também o sector privado", afirmou.  
Segundo a ministra, esta legislação é necessária para combater "o grande corruptor", porque para o "pequeno", a legislação existente "serve perfeitamente".  

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