Dos 37 mil processos de apoio judiciário auditados, 42% estavam
irregulares. Mais de mil advogados pediam cobranças indevidas. PGR vai
ser informada.
Mais de mil advogados estavam a pedir indevidamente dinheiro ao
Estado pelas defesas oficiosas e alguns casos consubstanciam mesmo
suspeitas de fraude que lesam o erário público. A ministra da Justiça
vai apresentar na Procuradoria Geral da República (PGR) queixa-crime
contra os advogados oficiosos que pediram compensações com base em actos
falsos.
Paula Teixeira da Cruz divulgou ontem em conferência de imprensa os
resultados da auditoria ao apoio judiciário que iniciou em Agosto e
lamentou que a Ordem dos Advogados (OA) tenha deixado de colaborar. A
auditoria começou por ser conjunta mas, segundo a ministra, a
determinada altura a OA deixou de responder aos pedidos de informação do
ministério e não enviou o seu relatório à auditoria preliminar da
ministra que, assim, decidiu avançar unilateralmente ontem com os
resultados. Dos mais de 37 mil processos analisados - que correspondem a
40.462 pedidos de compensação pendentes no primeiro trimestre deste
ano, a 10,5 milhões de euros e a 7.750 advogados - foram detectadas mais
de 17 mil irregularidades, que representam um valor pedido em excesso
de meio milhão de euros. Mais de 2.500 advogados oficiosos (defendem, em
nome do Estado, pessoas mais desfavorecidas) tinham pedidos de cobrança
irregulares e em relação a 1.035 todos os pedidos de pagamentos "se
apresentavam desconformes". Destes, muitos casos configuram fraude ou
abuso.
FONTE: Jornal Económico
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário