25 de agosto de 2011

Desporto. Facturas "escondidas" de 2011 superam um milhão de euros

Antigo responsável pelo IDP nega tudo. Uma empresa de limpeza do Porto está em dificuldades.

As 625 facturas que foram encontradas no Instituto do Desporto por serviços prestados nos primeiros meses deste ano ultrapassam um milhão de euros. Ao todo, por serviços de limpeza, higiene e obras, referentes aos últimos meses do anterior governo, ficaram por pagar - e por inserir na contabilidade do instituto - 1,051 milhões de euros, 15,5% da dívida total.

O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, denunciou na terça-feira que os serviços do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) tinham encontrado "numa sala fechada" 687 facturas que não constavam da contabilidade pública, num total de 6,78 milhões de euros. Uma denúncia que o anterior presidente do IDP desmente. Luís Sardinha garantiu ontem que as contas estavam em ordem: "Não há facturas nem dívidas escondidas no IDP. Toda a facturação e movimento financeiro passa pelos serviços financeiros e pelos diferentes funcionários, que mantêm numa listagem permanente e actualizada de toda a facturação pendente no IDP", disse à Lusa.

O anterior responsável, que se mostrou disponível para prestar esclarecimentos à nova direcção do IDP, explicou ainda que algumas facturas já foram liquidadas "sendo que o montante elevado tem cobertura financeira do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)", garante.

Em causa estão por exemplo obras no Complexo desportivo do Jamor, como as obras no centro de alto rendimento.

Os atrasos nos pagamentos aos 176 fornecedores já criaram, no entanto, alguns casos de dificuldade e de pré-falência. Uma empresa de limpeza do Porto, a SHL Oxygen, tem um montante para receber de cerca de 18 mil euros. Mas os constantes atrasos nos pagamentos levaram o responsável a temer pelos salários do próximo mês e pela continuidade da empresa. Ao i, o responsável, que não se quis identificar, confirmou a situação de dificuldade e mostrou apenas confiança na resolução do problema: "Estou convencido que a curto prazo possa ter a situação resolvida".

Mas o que é certo é que o actual governo não se compromete a pagar, pelo menos para já, as contas. Anteonte, Miguel Relvas disse que o valor das facturas não constava na transição de pastas entre os dois governos e por isso os compromissos não foram assumidos. Primeiro o governo vai enviar as facturas e os resultados da auditoria para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas para só depois regularizar os pagamentos.

FONTE: Jornal i

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