Presidente do Governo Regional considera uma provocação o relatório do TC sobre dívida madeirense.
No dia em que se tornou público um relatório do Tribunal de Contas que refere que a dívida financeira da Madeira aumentou 99,4 milhões em 2010 e que o Governo Regional pagou despesas de funcionamento com as verbas concedidas para a reconstrução da ilha na sequência do temporal de Fevereiro de 2010, Alberto João Jardim não comentou os números nem o uso indevido dos empréstimos contraídos ao abrigo da Lei de Meios. Insistiu, antes, em sublinhar a coincidência de esta auditoria ser conhecida em altura de campanha eleitoral e ameaçou recorrer à legítima defesa se as "entidades da República" continuarem "a provocar o povo madeirense só porque não estão sob a tutela do governo da região".
"Alertei o senhor Presidente da República como alertei já este governo que, sempre que estamos próximo de eleições, aparecem umas entidades que são da República prontas a fazer-nos a vida um inferno", disse à margem de uma inauguração na freguesia do Faial.
O relatório do Tribunal de Contas concluiu que a região autónoma da Madeira contraiu no ano passado empréstimos no montante de 146,8 milhões de euros. No final do ano, a dívida financeira chegava aos 963,3 milhões de euros, mais 99,4 milhões que em 2009. Perante estes resultados, o Tribunal de Contas recomendou à Secretaria Regional do Plano e Finanças para ter atenção ao limite máximo de endividamento.
Sem fazer referência ao tribunal, Alberto João Jardim referiu que, apesar dos "cortes", a Madeira está a fazer um "esforço enorme", através do sector público e privado, e desafiou os madeirenses a "saber resistir". "Temos que ter esta alma de resistência", principalmente "no período que agora se vive."
João Jardim já antes tinha negado ter desviado verbas da reconstrução para outros fins, mas o relatório agora divulgado só vem reforçar o resultado de uma auditoria divulgada há apenas um mês. Nessa altura, o Tribunal de Contas concluiu que o Governo Regional utilizou na reconstrução da ilha após o temporal apenas 29,5% dos 191,3 milhões de euros que arrecadou no âmbito da Lei de Meios. Ontem, o tribunal voltou a lembrar que se estão a "ofender" normas do Estatuto Político-Administrativo da Madeira e da Lei de Finanças Regionais.
FONTE: Correio da Manhã
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