Quando perguntam ao padre Paulo Simões se a sua entrada no Seminário Maior de Coimbra foi consequência de um desgosto de amor, ele diz que foi antes "um gosto de amor". Onze anos após descobrir a vocação, continua amigo da ex-namorada e vai celebrar o seu casamento em Setembro. "Vai ser um momento muito feliz para os noivos, e também para mim, ao vê-los dar este passo", diz o padre, 29 anos, capelão dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Pároco há três anos, Paulo Simões descobriu a vocação em 2000. Tinha então 18 anos, estudava Bio-Química na Universidade de Coimbra e namorava com uma rapariga "linda e muito especial". O namoro foi das "experiências mais bonitas" que viveu. Está convencido de que, se tivesse continuado nesse "caminho", teria sido "bem sucedido". Mas não se sentia "todo, nessa relação". Crescia em si "um amor diferente, completamente novo" . Ir para o Seminário não foi uma fuga. "Ser padre não pode ser para fugir a nada, mas sim pela capacidade de amar", acrescenta.
O namoro com a jovem não durou um ano. Nessa altura, já tinha feito "algumas experiências de fé", mas o passo definitivo foi dado após a visita do Papa João Paulo II a Fátima para presidir à cerimónia de beatificação dos videntes Francisco e Jacinta Marto, em 2000.
Durante todo o processo foi partilhando com a então namorada as suas dúvidas e expectativas. E quando lhe anunciou a sua escolha, a reacção dela foi natural: "Deu-me todo o apoio. Só uma pessoa especial como ela o podia fazer".
Ficaram amigos, e hoje riem-se com a história. Recentemente, ela e o noivo convidaram-no para celebrar o casamento, em Setembro. "Não tive qualquer dificuldade em aceitar. Estou seguro e feliz da minha opção", garante. E não poupa elogios à escolha da amiga: "Ela tem um noivo fantástico. É uma pessoa excelente".
FONTE: Correio da Manhã
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