As famílias têm cada vez menos dinheiro para gastar. Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que o consumo das famílias sofreu em Julho deste ano a maior queda em mais de trinta anos. Os portugueses já estão a cortar no essencial, como na comida.
Os números são os mais negativos desde 1978, data a partir da qual há registos sobre o consumo em Portugal. Nem quando o Fundo Monetário Internacional esteve pela última vez no País, em 1983, a retracção do consumo privado foi tão elevada. Isto mostra que a austeridade que o País está a viver, para equilibrar as contas públicas e cumprir o acordo com a troika que permite o empréstimo de 78 mil milhões de euros, sufoca o orçamento familiar dos portugueses. Julho, com uma queda de 3,4 por cento, é o oitavo mês consecutivo de descida no consumo. Os portugueses estão a cortar essencialmente no comércio a retalho, como alimentação, calçado, roupa e electrodomésticos. A compra de carros também verifica uma quebra de 30 por cento, segundo dados do INE.
O aperto dos portugueses deverá, contudo, piorar. Estes números não contemplam o aumento de 15 por cento nos transportes, que entrou em vigor a 1 de Agosto, e as subidas já anunciadas no gás e luz, ao que se soma o corte no subsídio de Natal. A subida do IVA para compensar uma descida na Taxa Social Única está a ser estudada.
A afectar muitas famílias carenciadas estão ainda os cortes nas prestações sociais. No primeiro semestre do ano o Rendimento Social de Inserção (RSI) caiu 26 por cento e os subsídios de desemprego e apoio tiveram uma quebra de 10,7 por cento.
FONTE: Correio da Manhã
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário