Milhão e meio de portugueses não tem médico de família nos centros de saúde. O problema é mais grave no Algarve e em Lisboa e Vale do Tejo, onde um em cada quatro utentes não tem médico. Estes dados não incluem os que optam por não ter médico de família e contrariam os números avançados, em Janeiro, pela ex-ministra da Saúde Ana Jorge, que não admitia haver mais do que meio milhão de portugueses sem médico atribuído.
Os dados constam do relatório da Administração Central dos Sistemas de Saúde, que analisou a actividade dos Agrupamentos dos Centros de Saúde, em 2010.
No Algarve, a carência de médicos é tão acentuada que se realizam menos 20 por cento de consultas que a média nacional.
O número de consultas nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), por exemplo, diminuiu significativamente (23 por cento a nível nacional), diminuição que resulta, sobretudo, do fecho de muitos serviços. Os relatores do documento destacam também a transferência da actividade para os cuidados de saúde primários.
Rui Nogueira, vice-presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, afirma que a falta de acesso aos cuidados de saúde "vai agravar os indicadores de saúde".
Segundo o relatório da ACSS, o Algarve apresenta menos rastreios ao cancro da mama e ao cancro do cólon e recto, mais casos de amputações do pé diabético e hipertensão arterial.
Rui Lourenço, presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, afirmou ao CM que "a escassez de médicos tem agravado nos últimos anos, mas que a "contratação, em 2009 e 2011, de 31 médicos colombianos e cubanos minimizou o problema".
O relatório da ACSS revela ainda que a contratação de médicos e enfermeiros através de empresas aumentou em 2009 e 2010, passando de 3,7 milhões para 20,8 milhões de euros.
FONTE: Correio da Manhã
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