3 de agosto de 2011

Álvaro denuncia luxos

Carros de alta cilindrada, contratos de leasing "blindados" e um número elevado de motoristas. Estas são algumas das situações de "ostentação" que o ministro Álvaro Santos Pereira diz ter encontrado quando tomou posse na Economia.

Ontem, na Comissão de Economia e Obras Públicas, Álvaro Santos Pereira denunciou o "ambiente de ostentação" do anterior executivo, classificando-o como "uma ofensa para os portugueses". E explicou: "Deparei-me com carros de alta cilindrada para variadíssimos membros do Governo e seus assessores e adjuntos. Deparámo-nos com contratos de leasing totalmente blindados que tentámos deixar, que rondam bastantes milhares de euros por mês. Tentámos quebrar os contratos, mas temos de pagar, senão ficamos sem carros. Temos carros que nos vão custar dois mil euros ao mês."

Indignado com a "tendência despesista" do anterior executivo, Santos Pereira revelou ainda que encontrou "um número elevado de motoristas [45]", tendo o governo cortado 15. O ministro prometeu ainda uma redução da despesa "histórica" e assegurou que a maior parte da consolidação orçamental será feita do lado da despesa.

"Estamos empenhados numa redução de despesa histórica", frisou Santos Pereira, acrescentando que "os sacrifícios não serão em vão".

CHEFE DE GABINETE PERDE DINHEIRO


Apostado em inverter a "tendência despesista", Álvaro Santos Pereira foi confrontado com o elevado salário da sua chefe de gabinete. Marta Maria Dias Quintas Neves ganha mais 50% do que a antecessora, ou seja, 5821,30 euros de vencimento bruto mensal, superior também aos 4592,43 euros que recebe o chefe de gabinete do primeiro--ministro. Segundo Álvaro Santos Pereira, a situação justifica-se porque Marta Neves "é uma superchefe de gabinete". Segundo o ministro, a chefe de gabinete "acumula várias funções e está a perder cerca de 50 mil euros de ordenado anual pelas funções que desempenha actualmente". Marta Neves, de 39 anos, abandonou o cargo de directora de regulação da PT Comunicações.

TORNAR PASSE "MESMO SOCIAL"

Utente assíduo dos transportes públicos, Álvaro Santos Pereira garantiu que o Governo não quer acabar com os passes sociais, mas sim torná-los "mesmo sociais". "Os meus filhos não devem ter as mesmas benesses que têm as pessoas de menores rendimentos [nas tarifas dos transportes públicos]", disse Álvaro Santos Pereira.

Segundo o ministro, o estudo para as tarifas sociais está a ser feito, devendo ser revelado dentro de 10 a 15 dias.

"Trata-se de um mecanismo de diferenciação para proteger os mais vulneráveis", explicou.

FONTE: Correio da Manhã

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