Associação de Pais preocupada com a distribuição de crianças do 1.º ano por turmas dos 3.º e 4.º. Aplicação da lei é considerada absurdo pedagógico.
As escolas do Ensino Básico podem voltar a aplicar a distribuição de alunos por turmas com diferentes níveis de ensino. O alerta foi dado pela Federação da Associação de Pais do Porto, que já tem conhecimento de um caso: uma escola vai misturar os alunos, independentemente do ano de escolaridade. A aplicação da lei antiga, dizem, é "um absurdo pedagógico".
As turmas têm um máximo de 24 alunos. Caso haja mais, os estudantes do 1º ano que estiverem em excesso serão distribuídos pelas turmas do 3º e do 4º anos. A mudança, que é permitida por lei, está a ser vista com muita preocupação pelos pais. "Os directores dos agrupamentos decidem assim devido à lei antiga, que nunca foi modificada. A lei funcionava há 50 anos para racionalizar os recursos. É voltar à pré-história em termos de educação, um absurdo pedagógico. Não estou a ver um miúdo de sete anos a ser colocado numa turma com repetentes e colegas mais velhos", disse ao CM Manuel Valente, presidente da Federação da Associação de Pais do Porto.
O primeiro estabelecimento de ensino que irá aplicar a distribuição pelas turmas é a escola EB1 das Flores, em Campanhã, no Porto, do agrupamento Ramalho Ortigão. "Já estão a formar turmas, nestes últimos dias, assim", contou Manuel Valente.
A federação foi alertada e, apesar de reconhecer que não pode impedir a medida, vai lutar pelo que considera ser antipedagógico. "Os directores dos agrupamentos podem seguir em frente com a medida e não podemos evitá-la. Mas vamos denunciar publicamente isto", defendeu Manuel Valente.
O objectivo agora é averiguar se há outras escolas a adoptar o mesmo procedimento. "Vamos ver o que se está a passar nas escolas do Porto, mas sabemos que vai acontecer em várias escolas de todo o País. Estamos preocupados", lembrou.
NOVO ANO LECTIVO DECORRERÁ COM TRANQUILIDADE
O Ministério da Educação garante que o novo ano lectivo decorrerá "com tranquilidade". A resposta foi dada à Confederação Nacional da Associação de Pais (Confap). "Fizemos chegar ao Governo questões relacionadas com a organização de turmas [número de alunos e níveis em cada turma], actividades extracurriculares e componente de apoio à família. Foi-nos dito que tudo será feito para que o ano arranque com tranquilidade", disse Albino Almeida, presidente da Confap.
FONTE: Correio da Manhã
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