11 de abril de 2012

MAC desmente ministro e diz que partos aumentaram


A Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, cujo encerramento é contestado por profissionais e utentes, desmentiu hoje o ministro da Saúde quanto ao número de partos ali efetuados, alegando que têm aumentado e não diminuído. 

Hoje, numa audição parlamentar, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que a maternidade, a maior do país, teve uma redução de 6.000 para 3.000 partos anuais e que os casos mais complicados já são atualmente atendidos no Hospital Dona Estefânia, também em Lisboa.
Refutando as declarações, a diretora do Serviço de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Ana Campos, referiu à agência Lusa que, ao contrário do que sucedeu noutras unidades hospitalares e invertendo a tendência da baixa da natalidade, a MAC assistiu nos últimos três anos a um aumento dos partos, sendo que 60 por cento dos casos recebidos pela maternidade "são situações de maior risco tratadas por equipas pluridisciplinares".
Ana Campos adiantou que, em média, o Hospital Dona Estefânia recebe por ano seis a dez partos, neste caso de recém-nascidos doentes ou com mal-formação, que "precisam de ser intervencionados no imediato".
Apontando dados, a mesma responsável disse que em 2009 registaram-se na MAC 5.244 partos, número que em 2010 subiu para os 5.328 e em 2011 para os 5.583.
O Governo tenciona fechar a maternidade até 2015, justificando a decisão com o excesso de oferta na região de Lisboa em serviços de obstetrícia, desde a abertura recente do Hospital de Loures, e com a descida da natalidade. 
Utentes e profissionais da MAC contestam a decisão, invocando perda da qualidade do atendimento com o consequente desmembramento das equipas.
Segundo o ministro da Saúde, a existência de nove maternidades públicas em Lisboa põe em risco os 1.500 partos necessários para a classificação de maternidade no Hospital de Santa Maria, que corre, por isso, o risco de perder esta valência.


in DN

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