Buraco do banco atinge os 2,4 mil milhões de euros, quase metade do esforço que o Estado terá de fazer para reduzir o défice de 9,1 para 5,9%.
O Estado vai vender o BPN por 40 milhões de euros ao Banco BIC, que tem entre os accionistas a filha do presidente de Angola, Isabel dos Santos, e o homem mais rico de Portugal, Américo Amorim. Ainda assim, nas contas finais, a nacionalização resulta num prejuízo final de 2,4 mil milhões de euros, quase metade do esforço que o Governo terá este ano de fazer para baixar o défice das contas públicas de 9,1% para 5,9% do PIB.
"O Governo tomou a decisão de seleccionar a proposta do banco BIC Português, com vista a negociar, em condições de exclusividade, um acordo para alienação das acções representativas do capital social do BPN", confirmou o Ministério das Finanças em comunicado. Na prática, o BPN vai custar 228 euros a cada um dos 10,5 milhões de portugueses.
O negócio deverá ficar fechado no espaço de seis meses e vai obrigar o Estado a recapitalizar a instituição com 550 milhões de euros. "A decisão tomada pelo Governo, recaindo sobre uma proposta feita por uma instituição de crédito devidamente autorizada e a exercer actividade em Portugal, assegura a continuidade da actividade do BPN e tem em consideração a defesa dos interesses dos depositantes", justifica o Executivo de Passos Coelho.
Os angolanos do BIC comprometem-se a manter 750 dos actuais 1580 funcionários da instituição, mas deverão levar a cabo um processo de racionalização da rede de balcões do BPN. Os custos com os despedimentos de trabalhadores da instituição que sejam levados a cabo nos próximos quatro meses ficarão a cargo do Governo.
Ao CM, Mira Amaral, presidente do BIC, confirmou ter estado ontem, de manhã, no Ministério das Finanças, onde reuniu com a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque. Os acertos finais ao acordo demoraram cerca de duas horas, mas o banqueiro recusou comentar as cedências feitas pelo BIC.
FONTE: Correio da Manhã
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