1 de agosto de 2011

Militares com subsídio de Natal em risco

Ao Ministério da Defesa faltam 160 milhões de euros para pagar ordenados a quase 50 mil militares. Estão em causa o subsídio de Natal e o salário de Dezembro.

O Ministério da Defesa não tem dinheiro para pagar o subsídio de Natal e o salário de Dezembro aos militares das Forças Armadas. Ao que o CM apurou, o buraco orçamental nas remunerações certas e permanentes ascende a 160 milhões de euros. Com o Governo pressionado pela necessidade de reduzir o défice orçamental para 5,9%, as associações militares receiam que haja alguma surpresa desagradável nos últimos meses do ano.

A insuficiência orçamental, no que diz respeito a ordenados, é comum aos três ramos das Forças Armadas. Como as despesas com salários ultrapassam, no conjunto do Ministério da Defesa, os 80 milhões de euros por mês, na prática o buraco financeiro de 160 milhões de euros traduz-se na falta de dinheiro para pagar, pelo menos, o subsídio de Natal e o ordenado de Dezembro a quase 50 mil militares efectivos e na reserva.

No dia 20 de Julho, o CM questionou o ministério de José Pedro Aguiar-Branco sobre a insuficiência de verbas e as medidas que serão tomadas para resolver a situação. Uma semana depois, a 28 de Julho, foram reenviadas as mesmas questões. O Ministério da Defesa nunca respondeu.

Para o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), a falta de verbas para pagar os salários "é um motivo de preocupação." E, perante a gravidade da situação das contas públicas, Lima Coelho remata: "Neste momento, não é certo ainda onde é que se vai buscar o dinheiro."

Manuel Cracel, líder da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), espera que a situação seja resolvida, e frisa: "Não nos passa pela cabeça que os políticos não resolvam os problemas dos salários."

O ministro das Finanças já admitiu que "foram detectados alguns ministérios com orçamentos para remunerações certas e permanentes que são insuficientes e que acumularam dívidas". Para Vítor Gaspar, esta situação "justifica parte do desvio orçamental superior a dois mil milhões de euros". E pode obrigar a um orçamento rectificativo.

FONTE: Correio da Manhã

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