“O
contrato previa que fosse notificado por escrito do fim do programa 15
dias antes do programa acabar. Para todos os efeitos, [fui notificado]
por um telefonema no dia 23 de Janeiro sobre um contrato que terminava
dia 31 de Janeiro", disse aos jornalistas Gonçalo Cadilhe no final da
audição. “Fui avisado do [fim do programa] por telefone pelo Ricardo
Alexandre [ex-director adjunto de informação da Antena 1] que me disse
na altura que se ia demitir”, acrescentou o escritor.
Também
Rita Matos, outra das colaboradoras do programa, confirmou ter sido
informada pelo ex-responsável da RDP do fim do programa, acrescentando
que "o contrato estabelece que deve ser denunciado até 15 dias antes.
Não foi o caso. A única coisa que questionei quando me foi dada a
informação do fim da crónica foi realmente ter sido uma semana antes do
término do contrato.". A actriz diz não ter, no entanto, obtido
resposta.
Já Raquel Freire afirmou ter “um
contrato com a Rádio e Televisão de Portugal que diz que, para o término
deste, tem de ser comunicado por escrito duas semanas antes”. E
questiona: “Se a decisão tinha sido tomada antes porque é que não recebi
até hoje nenhuma carta mas recebi antes um telefonema informal horas
antes da minha última crónica?”. A cineasta acrescentou que a
justificação que lhe foi dada foi que o director-geral da RTP, Luís
Marinho, “queria o fim do programa”.
António Granado, editor de multimédia da RTP, outro dos colaboradores do programa, recusou prestar declarações.
De
acrescentar que um grupo de quatro pessoas marcou presença junto das
instalações da (ERC) para prestar apoio a Raquel Freire. No local
estiveram ainda presentes sete agentes da Polícia de Segurança Pública,
que se limitaram a observar o grupo que afirmou ao jornalistas: “Não nos
calaremos”.
“Não compreendemos esta
desproporção”, disse ao CM um dos membros, acrescentando que não se
tratava de nenhum manifestação mas apenas de “um grupo de amigos que
veio apoiar uma amiga”.
Recorde-se que a polémica
sobre o fim de ‘Este Tempo’ surgiu depois de Pedro Rosa Mendes ter
acusado a RTP de censura, por ter suspendido o programa na mesma semana
em que o ex-correspondente da Lusa em Paris lançou fortes críticas ao
especial ‘Prós e Contras’ (RTP 1), emitido no dia 16 de Janeiro em
directo de Luanda.
FONTE: Correio da Manhã
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