16 de fevereiro de 2012

Sexo proibido acaba em massacre

O massacre no número 15 da rua de Moçambique esconde outros crimes, entre quatro paredes. E há suspeitas de um passado de abusos sexuais de Francisco Esperança à filha Cátia, 28 anos. A paternidade da pequena Maria, de 4 anos, sempre foi um mistério em Beja, e os indícios de incesto foram já denunciados à PJ - que agora investiga se a criança, assassinada a golpes de catana, tal como a avó e a mãe, nasceu de uma relação entre esta e o avô.
Deverão ser agora feitos testes de ADN, por iniciativa do Ministério Público, para confirmar as suspeitas levantadas à PSP por familiares e amigos. E esta polícia, apurou o CM, deu conta dos testemunhos à Judiciária - que tenta apurar as razões que levaram o ex-bancário, 60 anos, a assassinar a mulher, a filha e a neta na quarta-feira da semana passada, escondendo os cadáveres em casa até à tarde de anteontem, quando a PSP lhe bateu à porta.
Francisco tem um cancro, que diz estar em fase terminal - e debate-se com dívidas, já terá confessado. Mas a PJ procura um segredo. A chave poderá estar no facto de se falar em casamento entre Cátia e o namorado, Pedro. O jovem estaria a insistir em saber quem era o pai de Maria - e o bancário não terá sabido lidar com esta situação.
O nascimento da criança, de resto, esteve envolto em mistério. Cátia, que estudava em Lisboa, nunca revelou a gravidez à família, que só soube da criança após o nascimento. Benvinda e Francisco apoiaram a filha "sem perguntas, eles eram reservados", diz ao CM o irmão de Benvinda, Carlos Zambujo.
"Cá para fora estava tudo bem, o Francisco dizia que elas eram as mulheres da vida dele", recorda o cunhado do homicida. "Tinha uma adoração pela neta", que levava ao infantário e com quem passeava.
Há a expectativa, hoje, de que o triplo homicida confesse os seus motivos ao juiz de instrução criminal que o vai interrogar. 


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