O massacre
no número 15 da rua de Moçambique esconde outros crimes, entre quatro
paredes. E há suspeitas de um passado de abusos sexuais de Francisco
Esperança à filha Cátia, 28 anos. A paternidade da pequena Maria, de 4
anos, sempre foi um mistério em Beja, e os indícios de incesto foram já
denunciados à PJ - que agora investiga se a criança, assassinada a
golpes de catana, tal como a avó e a mãe, nasceu de uma relação entre
esta e o avô.
Deverão ser agora feitos testes de
ADN, por iniciativa do Ministério Público, para confirmar as suspeitas
levantadas à PSP por familiares e amigos. E esta polícia, apurou o CM,
deu conta dos testemunhos à Judiciária - que tenta apurar as razões que
levaram o ex-bancário, 60 anos, a assassinar a mulher, a filha e a neta
na quarta-feira da semana passada, escondendo os cadáveres em casa até à
tarde de anteontem, quando a PSP lhe bateu à porta.
Francisco
tem um cancro, que diz estar em fase terminal - e debate-se com
dívidas, já terá confessado. Mas a PJ procura um segredo. A chave poderá
estar no facto de se falar em casamento entre Cátia e o namorado,
Pedro. O jovem estaria a insistir em saber quem era o pai de Maria - e o
bancário não terá sabido lidar com esta situação.
O
nascimento da criança, de resto, esteve envolto em mistério. Cátia, que
estudava em Lisboa, nunca revelou a gravidez à família, que só soube da
criança após o nascimento. Benvinda e Francisco apoiaram a filha "sem
perguntas, eles eram reservados", diz ao CM o irmão de Benvinda, Carlos
Zambujo.
"Cá para fora estava tudo bem, o
Francisco dizia que elas eram as mulheres da vida dele", recorda o
cunhado do homicida. "Tinha uma adoração pela neta", que levava ao
infantário e com quem passeava.
Há a expectativa, hoje, de que o triplo homicida confesse os seus motivos ao juiz de instrução criminal que o vai interrogar.
FONTE: Correio da Manhã
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