26 de julho de 2011

Jovem morre a ‘tourear’ carros

A ‘brincadeira’ consiste em simular a travessia da estrada e obrigar os carros a desviar-se.

A ideia seria fazer um vídeo para colocar na internet. A ‘brincadeira’ chama-se ‘tourear carros’. Acabou tudo mal: António Martins, 17 anos, foi atropelado por um automóvel e morreu na madrugada de sábado, no IC8, em Proença-a-Nova.

O jovem foi colhido pelo carro de um amigo, Hugo Catarino, 22 anos, também natural de Proença-a-Nova, entre os dois nós de acesso ao IC8, naquela povoação, à saída de uma curva com pouca visibilidade.

António Martins, em conjunto com um grupo de pelo menos três ou quatro amigos, estaria na berma da estrada envolvido numa ‘brincadeira’ perigosa, que consistia em ameaçar que atravessava a estrada sempre que surgia um carro na curva. Os populares da zona asseguram já ter assistido a grupos de jovens "a tourear os carros no IC8" obrigando os condutores a "travar abruptamente ou a fazerem guinadas perigosas".

A GNR e a PJ ainda prosseguem diligências no sentido de apurar as circunstâncias da morte do jovem. As autoridades suspeitam que o grupo filmava a ‘brincadeira’ para colocar os vídeos na internet.

Hugo Catarino seguia no seu carro, no sentido Sertã--Castelo Branco, com dois passageiros, quando foi confrontado com a situação. Não conseguiu evitar o atropelamento do jovem, seu colega de escola e amigo. Quanto aos envolvidos na ‘brincadeira’ terão fugido e abandonado a vítima, assistida pelos ocupantes do viatura acidentada.

"A FAMÍLIA ESTÁ DEVASTADA"

A família, pais e irmão, escusou-se a prestar declarações. Segundo um amigo, está "completamente devastada com a morte". O pai, Carlos Martins, funcionário da câmara, "não quer acreditar que o filho estivesse envolvido numa ‘brincadeira’ tão perigosa". O condutor e a vítima estudavam em Castelo Branco. António Martins no 11º ano, na Escola Secundária Amato Lusitano, e Hugo Catarino Engenharia Informática no Instituto Politécnico.

"COM UM AMIGO É MUITO PIOR"


Hugo Catarino viajava de Abrantes, com um primo e uma colega, de uma reunião de escuteiros. Iam levar a amiga a Pedra de Altar e regressar a Proença--a-Nova. "Tudo aconteceu muito depressa. O vulto surgiu à minha frente e nem tive tempo de travar", descreve. Pior ficou ao perceber quem tinha atropelado: "O acidente já é grave por si, mas quando se trata de um amigo é muito pior", conclui.

FONTE: Correio da Manhã

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