Uma aluna do 10º ano da Escola Dr. João de Brito Camacho, em Almodôvar, viu a nota de Educação Física subir de 17 para 19 valores, após ter recorrido. A estudante é filha da vice-presidente da direcção da escola. A decisão da subida de nota deixou indignados vários professores, que denunciam pressões sobre a docente de Educação Física. Edite Sousa, vice-presidente, garante ao CM que não fez "qualquer pressão" e que se limitou a recorrer, "tal como prevê a lei". "A minha filha é uma aluna como outra qualquer", diz.
A aluna apresentou atestado médico por ser asmática e ficou dispensada da actividade física nos 2º e 3º períodos, tendo sido avaliada pela componente teórica. Teve 14 no 1º período e 16 no 2º, subindo para 19 no final do ano, após o recurso. As notas do 10º ano contam para a média de acesso ao Ensino Superior.
"A asma não é uma doença impeditiva da actividade física, e nas doses certas, até pode minorar o problema", explica ao CM João Lourenço, presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física. Sem se pronunciar sobre o caso em concreto, João Lourenço refere que o atestado a declarar que o aluno tem asma "não é suficiente", pois "o médico tem de precisar que tipo de movimentos o aluno não pode fazer. Se não pode fazer qualquer movimento, então fica dispensado de toda a actividade física".
O recurso apresentado pela aluna foi analisado no Conselho de Turma. "Aceitaram subir a nota porque sabiam que, se não o fizessem, o assunto ia a Conselho Pedagógico [CP], e subia à mesma", afirma um docente da escola de Almodôvar. O CP é dirigido pelo director de escola e é formado pelos coordenadores de departamento, escolhidos pelo director.
FONTE: Correio da Manhã
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