29 de maio de 2012

Macário lamenta "aparente chantagem" do Governo

Macário lamenta "aparente chantagem" do Governo


O presidente da Câmara de Faro classificou hoje como "um bom acordo de princípio" o entendimento entre o Governo e os municípios, mas lamentou a "aparente chantagem" do Executivo relativamente à cativação de cinco por cento do IMI. 

"Aparentemente houve uma pressão, eu diria mesmo uma chantagem sobre os municípios relativamente a essa matéria", disse Macário Correia à Lusa.
Macário Correia admitiu que, apesar do acordo, a autarquia poderá levará por diante a intenção de interpor a providência cautelar, que anunciou há duas semanas, contra a retenção pelo Poder Central de cinco por cento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).
A 10 de maio, quando anunciou a interposição da providência cautelar, o presidente da Câmara de Faro acusou o Governo de criar um clima inédito de "ataque, humilhação e perseguição permanente" aos autarcas.
Na altura, asseverou que seguiria as recomendações da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), interpondo uma providência cautelar contra a medida.
Hoje, Macário Correia considerou "caricato" que a ANMP tenha então enviado uma minuta "a todos os municípios portugueses para fundamentarem as ações judiciais", mas que, duas semanas depois, "haja um recuo total nessa posição".
Ainda assim, o autarca fez depender uma posição final sobre a atitude a tomar pela Câmara de Faro de um estudo mais aprofundado do acordo, cujo texto recebeu ao fim da manhã de hoje.
Sobre os efeitos do acordo para a autarquia - uma das mais endividadas do país -, Macário Correia declarou-o "bem-vindo", reconhecendo que, sem ele, "os compromissos da câmara para com os seus credores estavam bloqueados", uma vez que a banca deixou de emprestar.
Por outro lado, salientou que as verbas agora desbloqueadas vão permitir "desafogar algumas empresas a nível local, comerciantes e empresas".
Contudo, advertiu que os pagamentos não serão imediatos e que "ainda levará alguns meses" até que o dinheiro chegue às contas das empresas.
Na qualidade de presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Macário Correia afirmou que 12 dos 16 municípios algarvios têm prazos de pagamento superiores a 90 dias, pelo que as verbas fazem "muita falta" e devem ser distribuídas "o mais depressa possível".

Após uma reunião que pôs fim a uma ronda negocial sobre várias questões financeiras, o executivo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) anunciaram na segunda-feira, em Lisboa, que o Governo irá disponibilizar uma linha de crédito até mil milhões de euros para pagamento de dívidas vencidas há mais de 90 dias.
O acordo celebrado entre o Governo e os municípios define a aprovação até 31 de julho de um manual de procedimentos da lei dos compromissos e a desistência, pelas autarquias, de providências cautelares relativas ao IMI.


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