Cocaína, haxixe e milhares de euros caçados aos traficantes eram divididos em três. Parte ficava à guarda dos processos, as outras entravam nos bolsos dos polícias e davam para pagar a informadores. Por isso, e pelas cobranças difíceis ou segurança ilegal, por exemplo, os 13 agentes, chefes e oficiais da PSP, foram agora acusados pelo DIAP de Lisboa de extorsão, corrupção, tráfico de droga, associação criminosa, coacção ou até tráfico de armas.
O despacho do procurador--adjunto José Ramos, a que o CM teve acesso, refere que "há mais de seis anos" que os comissários Pedro Grilo e Nuno Ribeiro - o primeiro, que até ao ano passado era comandante do Núcleo de Operações do Comando de Lisboa, substituiu o segundo, em 2006, na chefia da Esquadra de Investigação Criminal de Cascais - com cinco agentes "e outros elementos de fora da PSP, gradualmente e de forma organizada, montaram o esquema para, "na condição de polícias", ganharem dinheiro com o crime.
Apreensões com desvio de droga, diz o Ministério Público na acusação alargada a 17 civis (ver quadros), iam desde Cascais ao resto da área metropolitana de Lisboa, como Queluz, Oeiras ou Costa da Caparica. E, em paralelo, os polícias faziam segurança privada, ilegal, a particulares ou a empresas.
Recebiam também dinheiro, "acedendo a informações de cidadãos para fornecer a outros" - ou extorquindo pessoas, a cobrar dívidas reais ou falsas, com violência ou ameaças. Ofereciam--se a vítimas de crimes para fazer justiça pelas próprias mãos.
Alguns dos 13 polícias foram apanhados há um ano na operação da própria PSP sob a coordenação da Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP, após meses de investigação, outros ‘caíram' mais tarde e foram já esta semana acusados.
Treze polícias chefiam rede criminosa - Exclusivo CM - Correio da Manhã
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