Morrem mais doentes ao fim-de-semana e no período nocturno, por falta de cuidados médicos nos hospitais públicos, de acordo com os dados, referentes a 2009, divulgados por um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública. Para Carlos Costa, autor do trabalho, o agravamento da mortalidade é justificado com "a menor oferta de recursos materiais e uma redução na quantidade de recursos humanos".
Para reduzir o número de óbitos, o coordenador do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da Escola Nacional de Saúde Pública refere a necessidade de "reorganizar a oferta hospitalar com melhor distribuição da quantidade de recursos humanos".
É necessário "um reforço das equipas. Tanto em termos de quantidade como também, e sobretudo, em termos de experiência dos profissionais", acrescenta Carlos Costa, economista doutorado em Saúde Pública na especialidade de Administração em Saúde.
Álvaro Carvalho, antigo director do Hospital Garcia de Orta, após 36 anos como médico no serviço público, considera "ter a percepção de que aos fins-de-semana e em períodos como o Natal e a Páscoa os doentes não têm tantos cuidados como no dia-a-dia".
Acrescenta porém que "em doentes terminais ter uma maior equipa médica mobilizada à sua volta representa adiar a morte por horas". Segundo o estudo elaborado por Carlos Costa, que recolheu dados de 57 hospitais, em 2009 o excesso de mortos ao fim-de--semana e no horário nocturno dos dias úteis foi de 12 430 – um número que representa 27 por cento dos óbitos registados.
O excesso de óbitos refere-se às pessoas que não morrem nas manhãs e tardes de segunda a sexta-feira.
FONTE: Correio da Manhã
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