Em
comunicado divulgado esta sexta-feira, o banco central assegura que
"está preparado para, no uso da sua autonomia, decidir a suspensão do
pagamento dos subsídios de férias e de Natal aos seus trabalhadores, em
termos análogos aos aplicáveis ao sector público".
Para
isto, avança uma condição: "Desde que os órgãos de soberania
competentes considerem a possibilidade de, após a indispensável consulta
ao BCE, adoptarem disposições legislativas que o autorizem a fazê-lo,
com derrogação das obrigações da lei laboral e dos instrumentos de
regulamentação colectiva relevantes", como se lê no texto.
A
instituição garante que "nunca pretendeu furtar-se a acompanhar o
esforço que a LOE [Lei do Orçamento do Estado] implica e, muito menos,
fazer uso do princípio da independência para tal efeito", mas acrescenta
que "o que o Banco de Portugal não pode é aceitar que lhe seja
atribuída a responsabilidade por uma decisão em matéria salarial que,
legalmente, não pode tomar".
O BdP disse ainda ter
"inteira disponibilidade" para encontrar estas soluções em alternativa
ao plano de redução de custos já desencadeado. Na nota, a instituição
esclarece que "as medidas de contenção salarial decididas para 2011 e
para 2012 foram condicionadas pelo regime jurídico aplicável ao Banco de
Portugal, que se rege pelo Código do Trabalho e pelas convenções
colectivas em vigor, uma vez que a LOE não se lhe aplica".
O
BdP refere que foram aplicadas, este ano, "medidas de contenção
remuneratória e de redução de benefícios que permitam assegurar,
globalmente e em base comparável, um efeito equivalente ao que ocorreria
se fossem suprimidos os pagamentos dos subsídios de férias e de Natal
dos seus colaboradores no activo" e sublinha que os membros do conselho
de administração abdicaram "voluntariamente" desses subsídios em 2012.
A
eliminação dos subsídios de férias e de Natal para todos os vencimentos
dos funcionários da Administração Pública e das empresas públicas acima
de mil euros por mês é uma medida que está prevista no Orçamento do
Estado para 2012 e pretende garantir o cumprimento dos acordos
internacionais. No entanto, os trabalhadores do BdP receberam logo no
início do ano os respectivos subsídios de férias que, na instituição,
são pagos em Janeiro.
FONTE: Correio da Manhã
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