6 de janeiro de 2012

Pedidos de ajuda de sobreendividados sobem 60%

A associação de consumidores DECO recebeu 23.318 pedidos de ajuda, em 2011, o valor mais elevado de sempre. 

As dificuldades económicas por que cada vez mais famílias portuguesas passam não são novidade e os números comprovam isso mesmo. O Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco (GAI) abriu, em 2011, um total de 4.288 novos processos de apoio. Este valor representa um crescimento de 51% face ao registado no ano anterior, bem como o valor mais elevado de sempre. Contudo, este número representa apenas uma pequena fracção do total de pedidos de ajuda de famílias sobreendividadas que chegaram às mãos da associação de defesa dos consumidores. No ano passado, o GAI recebeu um total de 23.318 contactos - mais 60,5% do que o verificado em 2010 - dos quais deu seguimento a apenas 18,4%.
Natália Nunes, responsável da Deco por este gabinete, explica as razões para a grande disparidade entre o número de pedidos de ajuda e as situações a que de facto foi dado seguimento. "Os processos que abrimos foram apenas aqueles em que considerámos que havia alguma capacidade de reestruturação", refere. E acrescenta: "Muitas famílias já nos contactam numa fase muito tardia. São casos que já estão em tribunal e em que o número de créditos e os montantes envolvidos é demasiado elevado para permitir a sua reestruturação. Nesses casos, não podemos ajudar, apenas podemos informar as pessoas sobre o que podem fazer a partir daí".
O agravamento da situação económica do país foi determinante para o aumento do número de famílias em dificuldade. Entre as principais razões que levaram as famílias portuguesas a recorrer ao apoio da Deco estão, sobretudo, o desemprego e a deterioração das condições laborais. Em Dezembro, por exemplo, 31,4% das causas de processo de endividamento deveram-se a situações de desemprego, enquanto que 21,7% resultou da deterioração das condições laborais. Como explica o economista José Reis, "as circunstâncias colocaram as pessoas em posições de sobreendividamento. Seria razoável não esperar que tantas pessoas estivessem desempregadas ou que os salários se degradassem e isso aconteceu".

FONTE:  Diário Económico

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