Precariedade económica, isolamento, incapacidade psicológica e indisponibilidade da família levam mais pessoas a procurar apoio nos hospitais.
Os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa, registaram, no ano passado, o abandono de 8258 doentes, na sua maioria idosos, porque não havia disponibilidade de apoio da família. Este é um dos indicadores que lideram o ranking de problemas sociais dos doentes assistidos em 2010, segundo o relatório de contas do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), que gere as duas unidades de saúde.
Foram registados 31 280 casos de doentes com problemas sociais. Os dois hospitais da Grande Lisboa deram, em 2010, apoio a mais 1400 utentes do que em 2009.
Ao abandono da família, segue--se a incapacidade psicológica do utente e a precariedade económica que, juntas levaram 10 811 utentes a pedir apoio. Revela o relatório do CHLN que "as principais problemáticas vão de encontro à condição de dependência e das formas de pobreza e de isolamento".
Assim, cresceu também o numero de doentes, mais 459 do que em 2009, em que a própria família não tinha capacidade psicológica para prestar assistência. Já a solidão levou 2550 idosos, mais 278 do que em 2009, aos hospitais.
Porém, é o indicador de negligência institucional e familiar que mais cresceu. No ano passado, 743 pessoas recorreram aos hospitais para procurar o apoio que a família não lhes deu.
Todos estes problemas sociais levam muitas pessoas a protelarem a sua estadia nos hospitais, porque simplesmente não têm para onde ir.
O Serviço Social do CHLN, em 2010, registou 145 situações de alta protelada. Destes, 72 doentes aguardavam a comparticipação económica do Estado para entrarem num lar e 33 esperavam por uma vaga dos serviços de apoio domiciliário.
FONTE: Correio da Manhã
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