17 de novembro de 2011

Associações militares desafiam PR a ser “coerente” com as suas declarações e a vetar o OE

As associações militares desafiaram nesta quarta-feira o Presidente da República a vetar o Orçamento do Estado para 2012 e “a ser coerente” com as declarações que proferiu, considerando que há indícios de “inconstitucionalidade” em algumas medidas.

O presidente da Associação de Praças (AP), Luís Reis, defendeu que o veto presidencial ao Orçamento “é uma questão de coerência” e que Cavaco Silva tem estado “ausente relativamente às preocupações que os militares sentem”.

O dirigente associativo, escolhido como porta-voz das associações, falava depois de ter entregue uma moção na residência oficial do primeiro-ministro, na sequência da manifestação nacional de militares de sábado, em conjunto com a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e Associação Nacional de Sargentos (ANS).

As associações entregaram também esta tarde a moção no Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, e têm agendada para dia 30, data da votação final global do Orçamento, uma vigília neste mesmo local.

Para Luís Reis, Cavaco Silva, como comandante supremo das Forças Armadas, devia, “de acordo com as suas palavras, vetar o Orçamento do Estado”, dado que fez declarações sobre limites aos sacrifícios que os portugueses vivem.

O presidente da AP defendeu ainda que “os cortes do 13º e do 14º mês carecem de alguma constitucionalidade e, portanto, as pessoas têm de passar das palavras aos actos”.

“É isso que esperamos do mais alto magistrado da nação”, reforçou, acrescentando que o Orçamento coloca em causa o Estatuto dos militares e “a própria instituição militar”.

“Esperamos que a manifestação de sábado, que colocou mais de 10 mil militares na rua, não caia em saco roto, e que as pessoas percebam que há preocupação no seio das Forças Armadas e que os chefes militares se preocupem com os anseios dos seus militares”, concluiu.

FONTE: Jornal Público

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