Os
deputados da comissão parlamentar que acompanha o cumprimento do
programa de ajustamento reuniram-se no Parlamento, à porta fechada, com o
líder da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Poul Thomsen,
da Comissão Europeia, Jürgen Kröger, e do Banco Central Europeu, Rasmus
Rüffer.
Na reunião, que durou mais de uma hora,
o líder da missão da Comissão Europeia terá dito que apesar de uma
medida como o corte nos salários ser uma medida de "fim de linha", neste
caso, tornou-se incontornável. A mesma fonte adiantou ainda que foi
feito um elogio por parte da missão à proposta de Orçamento do Estado
para 2012 - pela consolidação estar estruturada como foi acordado, dois
terços do lado da despesa e um terço do lado da receita.
No
encontro terão sido passadas várias mensagens, entre elas a
indisponibilidade da 'troika' - transmitida pelo representante do FMI -
de negociar as bases do programa, como são os objectivos quantitativos e
os prazos para os cumprir, explicou à Lusa uma das fontes que assistiu à
reunião.
Já o responsável da Comissão terá
ainda defendido a necessidade de existir "menos legislação laboral" e
"menos regulação", mas sem avançar mais detalhes.
Em
matéria de Parcerias Público-Privadas (PPP), o líder da equipa da CE
terá dito também que é demasiado difícil mudar estes contratos em termos
legais e que os atuais irão manter-se nos mesmos moldes, mas que no
programa já está previsto que não avancem mais contratos deste tipo.
Sobre
as empresas públicas, a 'troika' terá ainda dito aos deputados que
estas não são eficientes, têm demasiados trabalhadores e que por isso é
preciso cortar custos, algo que será alcançado também através das
privatizações.
Os elementos presentes na reunião
explicaram também à Lusa que o líder da missão do FMI, Poul Thomsen,
terá reconhecido que a crise europeia não é apenas da periferia mas sim
da Europa, e que o problema não é político mas sim de política
económica, dando mesmo o exemplo dos Governos tecnocráticos na Grécia e
Irlanda que mesmo assim não permitiram aos dois países ter descanso dos
mercados.
Poul Thomsen terá também elogiado as
vantagens da coesão política demonstrada através do apoio alargado no
Parlamento do programa de ajustamento.
No que
diz respeito à banca, o responsável do BCE terá explicado que estão a
acompanhar a situação, dando no entanto indícios de que a tarefa de
recapitalização da banca está a ser mais complicada do que teriam
antecipado inicialmente. FONTE: Correio da Manhã
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