João
Belo Rodeia referiu que os arquitectos mais novos são os mais atingidos
pela crise, mas "de toda a classe se ouvem queixas de falta de
encomendas".
"É uma situação que se vem
agravando nos últimos dois/três anos. Neste momento, há muito pouco
investimento por parte do Estado e também por parte dos privados",
salientou.
João Belo Rodeia realçou que muitos
jovens arquitectos, em número que a Ordem não dispõe, não conseguem
encontrar primeiro emprego em Portugal e estão a emigrar.
"A
Ordem dos Arquitectos não se pronuncia sobre a vontade de os
arquitectos emigrarem. Mas serem obrigados a isso é que é negativo",
frisou.
O bastonário referiu que,
"oficialmente, o número de desempregados na arquitectura não é muito
diferente do de outras profissões, rondando os 10 por cento", mas
sublinhou que a percentagem real "é francamente maior".
"Não
se deve confundir desemprego com falta de trabalho. Muitos arquitectos
nem sequer se podem inscrever como desempregados porque nunca tiveram
emprego", afirmou.
João Belo Rodeia acrescentou
que "muitos ateliers estão a ficar mais pequenos, ao verem-se forçados a
prescindir dos serviços de colaboradores, sobretudo aqueles que
normalmente só trabalham na área de projecto".
"É
preciso pensar o que é que vem a seguir à crise. É importante que o
Governo faça planeamento e projecto para o futuro", defendeu, lamentando
que o programa do executivo seja "um pouco vago sobre o futuro do
país".
O bastonário reclamou também que as
ordens profissionais, designadamente a dos arquitectos, sejam mais
ouvidas pelos diferentes departamentos governamentais, nomeadamente o
Ministério da Economia.
"Enviamos memorandos
sectoriais com agendas para diferentes ministérios e, quatro meses
depois, tem sido difícil até reunir com alguns departamentos", disse.
FONTE: Correio da Manhã
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