28 de novembro de 2011

Dor Crónica: Doentes não fazem tratamento por falta de dinheiro

Um em cada quatro portugueses com dor crónica não consegue realizar o tratamento prescrito pelo médico por falta de dinheiro, indica um estudo da revista Deco Proteste.

Segundo o estudo divulgado esta segunda-feira, os doentes queixam-se da rápida perda de eficácia dos fármacos prescritos, sublinhando o custo elevado do tratamento, que ronda os 77 euros por mês, a que se junta, muitas vezes, a despesa com o transporte até à unidade de saúde ou hospital e o preço das consultas privadas.  
Os custos apurados para o Estado e para as empresas são "de grande dimensão" uma vez que a dor mal controlada é a causa de cerca de 11 milhões de faltas ao trabalho todos os anos.   
Os dados indicam que, no último ano, 28% dos portugueses faltaram ao trabalho nove dias em média por sentirem dores.  
Os problemas nas costas e no pescoço são responsáveis pelo sofrimento da maioria das pessoas que responderam ao inquérito. Cerca de metade dos inquiridos revelou dores de cabeça e enxaquecas e quatro em cada 10 dores nos músculos e nas articulações.  
Além de Portugal, o estudo foi feito ao mesmo tempo noutros quatro países - Bélgica, Brasil, Espanha e Itália - por organizações de consumidores e em todos as dores musculoesqueléticas lideram o ranking.  
Recorde-se que a dor crónica, de forma continua ou persistente por mais de três meses, afecta 27% dos portugueses e um em cada três não tem acompanhamento médico.  
A amostra do estudo da Deco Proteste, que decorreu entre Janeiro e Marco de 2011, abrangeu 2.370 portugueses que responderam ao inquérito, cujos dados foram depois tratados "para assegurar a representatividade por idade, sexo, região e nível de educação", referem os responsáveis pelo trabalho.

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