Nuno Crato no Parlamento para explicar "caos" na educação

"Não podemos terminar o mês de Julho, quando as escolas preparam o próximo ano lectivo, sem saber de forma absolutamente clara quantos professores vão estar nas escolas no próximo ano e como é que se vão organizar horários, disciplinas, carreiras, programas. Tudo isto tem de ser esclarecido pelo senhor ministro", afirmou a deputada Ana Drago, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O pedido de audição do ministro Nuno Crato na comissão parlamentar de Educação, por parte do Bloco, tem carácter potestativo, o que significa que não será votado pelos deputados, sendo portanto obrigatório.

A deputada Ana Drago destacou que no próximo ano lectivo aumentará o número de alunos por turma, há cursos profissionalizantes que deixarão de existir, disciplinas "que mudaram", programas "desajustados", metas curriculares "que não batem certo com os programas" e "disciplinas que também não batem certo com os programas".

"Há toda uma enorme confusão", sublinhou, acrescentando que a tudo isto se somam os cortes orçamentais no sector, que se traduzirão "no maior despedimento de professores alguma vez feito", numa referência à redução do número de docentes contratados pelas escolas, que estimou que deverá rondar os 25 mil.

Por outro lado, apontou ainda Ana Drago, há os professores do quadro (oito a nove mil) que deixarão de ter horário (porque as suas disciplinas deixarão de existir ou porque haverá menos turmas) e que entrarão em regime de mobilidade.

"Por isso entendemos que devíamos chamar o senhor ministro à Assembleia da República. Independentemente de ser Julho, ele tem de rapidamente vir dar explicações aos pais, às escolas, aos alunos sobre como é que vai ser o próximo ano letivo. Não se pode viver este caos, este pânico, esta insegurança que é hoje vivida ao nível das escolas", reforçou.

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