«As leis são como as mulheres, existem para ser violadas». Sem precisar de qualquer explicação, a frase estoirou como uma bomba em Espanha. Quem a disse foi José Manuel Castelao Bragaño, um conselheiro do Governo espanhol, que se demitiu pouco depois de começarem a soar os primeiros ecos das suas declarações pouco felizes.
A polémica frase surgiu numa reunião na passada terca-feira, numa altura em que se falava sobre a burocracia associada à legislação, explica o diario espanhol El País.
Castelao Bragaño, de 71 anos, ocupou o cargo de presidente de um órgão consultivo do Ministério do Emprego espanhol apenas durante quatro dias.
No seu segundo dia no cargo, o conselheiro estava na reunião a reclamar a ata da mesa da Educação e Cultura, à qual faltava um voto para formalizar o documento.
«Não faz mal. Há nove votos? Ponham dez... As leis são como as mulheres, são para ser violadas», disse, segundo as pessoas que estiveram na reunião.
Alguns membros da comissão ficaram atónitos e escreveram ao diretor geral das Migrações a exigir que Castelao Bragaña pedisse desculpas públicas.
O conselheiro pediu desculpas publicamente pelo embaraço das suas palavras, mas assegurou que o pedido de demissão nada teve a ver com o episódio.
«Ninguém me pediu que me demitisse. Tenho um problema pessoal que me impede de continuar no cargo. Não tem nada a ver com o sucedido», explicou, acrescentando que foi mal interpretado.
«Citei a frase, reconheço, mas com o sentido inverso, embora não possa atribuir a outro uma responsabilidade que é minha», disse, por telefone ao El País.
«Sinto muito. Lamento profundamente o que ocorreu. E duplamente: pelos que a escutaram, quase todas mulheres, porque lhes causei dor e por mim, e porque construi um edifício que me caiu em cima», acrescentou.
'As leis são como as mulheres, existem para ser violadas' - Internacional - Sol
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