Na passada quarta-feira, os deputados portugueses (não a totalidade, felizmente) deram não uma mas duas mostras de cobardia.
A primeira foi a recusa em votarem nominalmente a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2013 para sabermos quem subscreve ou não o documento mais violento em matéria fiscal que alguma vez o povo português teve de suportar.
A segunda foi a antecipação do fim do debate e imediata votação na parte da manhã, com conivência da presidente da Assembleia da República, para evitar que tal ocorresse à tarde, quando estavam preparadas várias manifestações à frente do Parlamento.
Foram duas inequívocas provas de cobardia e de quem tem medo de assumir as suas responsabilidades.
Quando em democracia, os deputados eleitos pelo povo têm medo desse mesmo povo que os elegeu, algo está mal e profundamente errado. Num momento em que os portugueses mais esperariam explicações dos representantes do povo, estes fogem cobardemente dos eleitores. É lamentável. E é o princípio do fim de alguma coisa.
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