16 de novembro de 2012

Crato faz 'franchising' de mau sistema educativo alemão


Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, comparou hoje a cooperação acordada entre o ministro da Educação Nuno Crato e a homóloga alemã a um "franchising" para Portugal de um sistema educativo "que não presta". 


Nuno Crato reuniu-se na segunda-feira em Berlim, com a ministra alemã da Educação e da Investigação, Annette Schavan, com quem assinou um memorando de entendimento para a cooperação na área do ensino profissional.
"Importar algo que é criticado, por exemplo, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico [OCDE], e promover o 'franchising' em Portugal do que não presta, é a pior opção que este Governo pode fazer", disse hoje Mário Nogueira à Lusa, à saída de um plenário de professores em Castelo Branco.
O líder da Fenprof faz referência a "académicos e pedagogos alemães" que criticam o sistema educativo do país, "considerado muito negativo" pela forma como, desde "muito cedo, descrimina e desvia os alunos de poderem continuar os estudos, e os mete em vias que não têm outro tipo de aprendizagem que não seja estritamente profissional".
De acordo com Mário Nogueira, os próprios alemães responsabilizam o sistema educativo do país, "pelo facto de 7,5 milhões de jovens, a partir dos 14 anos, sofrerem de iliteracia, problema que também já existe em Portugal".
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, assinou na segunda-feira, em Berlim, com a ministra Annette Schavan, um memorando de entendimento para a cooperação na área do ensino profissional.
Em comunicado, o Ministério tutelado por Nuno Carto considerou que este acordo vem permitir dar "mais um passo" na concretização de um dos objetivos do Governo, que prevê uma "grande aposta" no ensino técnico e na formação profissional, nomeadamente através de "um sistema de formação dual que articule a formação teórica das escolas profissionais com a formação prática nas empresas".
O acordo, além de prever "ações para o intercâmbio de alunos do ensino profissional, profissionais educativos e representantes empresariais", visa também desenvolver ações que contribuam para um maior conhecimento recíproco e uma análise comparativa dos sistemas e das estruturas do ensino profissional em ambos os países.
A tutela realçou que tanto o ensino vocacional como o ensino profissional em Portugal terão "potencialmente a lucrar com o conhecimento da experiência alemã".

Crato faz 'franchising' de mau sistema educativo alemão - Portugal - DN

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