8 de novembro de 2012

Universidades temem ficar sem dinheiro para salários

Os reitores das universidades portuguesas temem que os estabelecimentos de ensino superior possam chegar a meados do próximo ano sem dinheiro para pagar salários, por causa dos cortes previstos na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, acentuou que "a situação das universidades é muito grave" e sublinhou que a redução das dotações em 9,4 por cento vai limitar "a capacidade de intervenção".
Em conferência de imprensa realizada no Conselho Nacional de Educação, após reunião do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas com os presidentes dos Conselhos Gerais das Universidades, António Rendas salientou que as universidades podem "chegar a meio do próximo ano, sem dinheiro para pagar salários".
Rendas referiu que os cortes terão "efeitos imprevisíveis e irreversíveis em todo o sistema universitário", notando que "o financiamento público das universidades já foi reduzido em 144 milhões de euros, entre 2005 e 2012, podendo este valor atingir os 200 milhões de euros, se o OE 2013 vier a ser aprovado sem alterações".
"As universidades podem ainda deixar de assumir compromissos com parceiros internacionais", acrescentou o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, aludindo a acordos com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
António Rendas lembrou os "padrões de elevada qualidade de funcionamento" das universidades públicas portuguesas nos "últimos dois anos" e referiu que "será inviável o funcionamento das universidades públicas", vincando que "se as universidades perderem qualidade ficarão igualmente em risco a investigação científica, a inovação tecnológica e a qualificação de nível superior".
Para evitar o "iminente quadro de rotura na rede universitária", como se refere em documento distribuído pela CRUP na conferência de imprensa, António Rendas manifestou uma total abertura para o diálogo com o ministério da Educação e o Governo, tendo decidido hoje solicitar, "com carácter de urgência", uma audiência ao Presidente da República.
Por seu lado, Soares dos Santos, dos Conselhos Gerais das Universidades, afirmou que "as universidades desempenham um papel fundamental" e que devem estar preparadas "para os novos desafios".

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