O envelhecimento dos portugueses não tem que ser uma fatalidade, mas, para assegurar o Estado social, o país tem que reconfigurar a relação das pessoas com o trabalho, segundo os especialistas.
Portugal chegará a 2030 abaixo da fasquia psicológica dos 10 milhões de habitantes. Poderemos ser 9,9 milhões e, em 2050, 8,6 milhões, segundo a mais plausível das três projecções demográficas que vão ser apresentadas no encontro Presente no Futuro que vai pôr 60 oradores a discutir, amanhã e depois, em Lisboa, o futuro de um país que será de velhos dentro de muito pouco tempo.
Sem levar em consideração os fluxos migratórios (que, de resto, entraram no negativo, com mais pessoas a sair do país do que a entrar) e mesmo que a fecundidade aumente dos actuais 1,37 para os 1,6 filhos por mulher, a população não deixará de diminuir. Mas, como adiantou ao PÚBLICO Maria João Valente Rosa, demógrafa e directora do Pordata, sermos menos não é o problema. "O desafio está em saber o que é que podemos inventar no presente para nos podermos adaptar ao envelhecimento".
Por volta de 2030, a população com mais de 50 anos poderá representar metade da população (actualmente representa 38%). E uma em cada quatro pessoas terá 65 e mais anos. Dito de outro modo, o número de pessoas com 65 e mais anos será o dobro dos jovens até aos 15 anos e quase o triplo em 2050. Para ilustrar melhor a evolução havida neste campo, basta lembrar que em 1981 as crianças e jovens até aos 15 anos eram o dobro dos que tinham mais de 65 anos.
Face a estas projecções, António Barreto, presidente do conselho de administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, promotora do encontro, antevê um país em que deixará de ser frequente esbarrarmos com crianças e adolescentes; em que o interior estará "muito mais abandonado e despovoado"; em que "talvez várias universidades tenham de encerrar". E, sobretudo, em que o Estado de protecção social estará ainda em piores lençóis, já que haverá tantos pensionistas como contribuintes activos para a Segurança Social. "Essa relação, que seria de um para um, é hoje de 1,7 para um, o que já é fonte de preocupação e caso raro no mundo ocidental", declara Barreto, num texto que vai ser distribuído aos mais de 1200 inscritos no encontro.
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