O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou que “o pilar da estabilidade social foi agredido” quando o Governo anunciou o aumento das contribuições dos trabalhadores para compensar a descida da Taxa Social Única (TSU) sem ouvir os parceiros sociais.
“Os parceiros não podem ser utilizados para subscrever acordos e não serem ouvidos quando é para tomar decisões”, criticou, numa conferência de imprensa esta tarde.
Para António Saraiva, no entanto, o acordo de Concertação Social assinado em Janeiro não está em causa. “Exigimos que o acordo seja efectivamente cumprido e que os parceiros sejam efectivamente ouvidos”, reforçou, garantindo que a CIP vai continuar a exigir ao Governo que sejam postas em marcha medidas previstas no documento para promover o crescimento e o emprego.
Em conferência de imprensa, António Saraiva enfatizou que “há lugar à indignação”, mas “num clima social que nos leve a encontrar soluções”. “Sendo certo que há lugar à indignação, também sabemos que não é com manifestações nem com greves que resolvemos o problema”, sustentou, acrescentando que a UGT e a CGTP têm sabido “balizar” o descontentamento e que espera que o continuem a fazer.
Ainda sobre a redução da Taxa Social Única, Saraiva disse não saber como é que o Governo vai conseguir que as empresas reflictam essa descida nos seus produtos ou serviços. “Não estou a ver como é que o Estado pode ter influência nas decisões da economia privada”, disse. “Teria sido diferente se o Governo previamente tivesse contratualizado com essas empresas regras para com esta redução e com este aumento da margem de lucro que lhes permitirá pudessem ser geridas contrapartidas para este efeito”.
Depois de o primeiro-ministro e o ministro das Finanças anunciarem mais medidas de austeridade, a CIP emitiu um comunicado a lembrar que a intenção de baixar “as contribuições para a Segurança Social a cargo dos empregadores para segmentos específicos do mercado de trabalho foi bem acolhida” pela confederação, “sob reserva de ser concretizada sem implicar medidas compensatórias do lado da receita”.
CIP diz que Governo feriu “pilar da estabilidade social” - Economia - PUBLICO.PT
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