3 de setembro de 2012

Reclusos apresentam acção contra Estado

Mais de 170 reclusos do estabelecimento prisional de Paços de Ferreira anunciaram esta segunda-feira a formalização de uma acção contra o Estado Português por causa da lentidão dos tribunais de execução de penas.

Através do seu advogado, Pedro Miguel Carvalho, os reclusos anunciaram ainda que vão apresentar uma queixa nas instâncias europeias e disseram que vão denunciar a situação junto da Amnistia Internacional e outras instituições internacionais.
O representante legal destes reclusos afirmou a 23 de Julho, em carta à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que a maioria dos seus clientes "preenche os requisitos legais para beneficiar da liberdade condicional ou da respectiva antecipação", mas não o consegue porque os operadores judiciários "não cumprem os prazos consagrados na Lei".
Não o fazem, em boa parte, "por estarem assoberbados de processos e não terem capacidade de resposta, inviabilizando a apreciação e a concessão da liberdade condicional, ou a respectiva antecipação, nos prazos legalmente estabelecidos", sublinhava o advogado.
Nessa carta, os reclusos deram um prazo à ministra da Justiça, que entretanto expirou sem qualquer resposta, para que fossem tomadas as medidas a exigir agora por outras vias, incluindo a judicial, explicou o causídico.
No rol de diligências a empreender agora pelos reclusos incluem-se pedidos de intervenção do provedor de Justiça e do próprio Presidente da República, enquanto "garante do cumprimento e do respeito da Constituição da República Portuguesa".
Incluem-se, igualmente, pedidos ao Conselho Superior de Magistratura (CSM) e ao Procurador-Geral da República (PGR) para que ajudem à aceleração processual dos casos pendentes no Tribunal de Execução de Penas do Porto, através do reforço dos quadros de magistrados judiciais e do Ministério Público, respectivamente.

Reclusos apresentam acção contra Estado - Sociedade - Correio da Manhã

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