Álvaro Sobrinho é, para já, o único suspeito na investigação portuguesa à fraude no Banco Nacional de Angola.
Álvaro Sobrinho, presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA), é suspeito no âmbito da investigação portuguesa aos 48 milhões de euros ilegalmente transferidos do Banco Nacional de Angola (BNA) para os principais bancos nacionais através do BES. Três empresários portugueses estão também a ser investigados pela Polícia Judiciária (PJ).
Nas buscas que o Departamento de Burlas da PJ realizou nos arredores de Lisboa, foram apreendidos a Álvaro Sobrinho um automóvel e uma moto, no valor de cerca de 200 mil euros. A investigação detectou também dez milhões de euros transferidos ilegalmente para contas de vários bancos portugueses.
O esquema fraudulento começou por ser investigado em Luanda em 2010 e no rasto de mais de 90 milhões de euros desviados do BNA, através do BES de Londres, chegou-se a várias contas em Portugal. Álvaro Sobrinho e os empresários portugueses que estão sob suspeita serão alguns dos beneficiários das transferências realizadas. O dinheiro era depois desviado para várias contas de empresas e sociedades offshore.
Confrontado com o facto de Álvaro Sobrinho ser suspeito no processo desenvolvido em Portugal, o BES afirmou desconhecer a situação. Salientou contudo, que o BESA trabalha com grande autonomia, tendo em conta que metade do capital do banco é de investidores angolanos. O CM contactou Leonor Sá Machado, responsável da área da comunicação do BESA em Luanda, que não quis falar sobre a investigação em curso.
Álvaro Sobrinho, de 49 anos, está ligado ao grupo BES há 19 anos. Nascido em Luanda, é formado em Matemática e tem uma pós-graduação em Ciências Actuariais pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Em Portugal passou por vários cargos importantes no BES e, em 2001, foi nomeado presidente executivo do Banco Espírito Santo Angola. Sobrinho foi o principal responsável pelo desenvolvimento e implementação do BESA.
FONTE: Correio da Manhã
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