16 de junho de 2011

Estádio de Leiria à venda

A Câmara Municipal de Leiria aprovou esta quinta-feira, por maioria, a proposta para levar o estádio municipal, um dos palcos do Euro 2004, a hasta pública pelo valor de 63 milhões de euros.

A deliberação, que necessita de autorização da Assembleia Municipal, foi tomada na reunião do executivo municipal, cujo acesso foi vedado aos jornalistas. No final da reunião, o presidente da câmara, Raul Castro, afirmou estar convicto de que, "em termos de gestão", a autarquia, está "a fazer o melhor para os interesses dos munícipes de Leiria", considerando que o estádio "não pode continuar como está".

"Se a autarquia tivesse recursos, já teria resolvido o problema do topo norte [área inacabada do estádio]", explicou o autarca, independente eleito pelo PS, justificando a alienação com os encargos que o estádio acarreta e com a situação financeira do município.

O autarca adiantou que o município está a "ponderar as consequências da alienação parcial" da infraestrutura, incluindo a "regularização fiscal", atendendo a que a empresa que gere o estádio - a Leirisport, que tem como acionista único a câmara - tem uma dívida de quatro milhões de euros às Finanças.

A eventual devolução de fundos comunitários - dado que a requalificação do estádio para o Campeonato Europeu de Futebol de 2004 teve contribuição da União Europeia - está também em avaliação.

O município pretende alienar três de quatro frações do estádio, mantendo para si um espaço de dois mil metros quadrados no topo norte para reinstalar o centro associativo.

As outras fracções são o remanescente do topo norte, o estacionamento, de 450 lugares, (estes dois espaços avaliados em 24 milhões de euros), e o campo de futebol e respetivas bancadas.

Raul Castro confirmou que tem estado a conversar com entidades, que se escusou a revelar o nome, "no sentido de sensibilizar para este interesse", referindo que, neste momento, todos os usos estão em aberto para o topo norte, desde os serviços, o comércio ou a hotelaria.

"Isto [a hasta pública] pode ficar deserto, eu quero é ficar de consciência tranquila que enquanto gestor de dinheiros públicos, da autarquia, vou estudar todas as hipóteses possíveis de minimizar as dificuldades financeiras [do município]", acrescentou.

Questionado se a câmara tem dinheiro para pagar aos funcionários, o autarca declarou: "Temos neste momento dinheiro para pagar os salários, para os compromissos bancários e para as transferências das juntas de freguesias."

FONTE: Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário