14 de junho de 2011

Homicídio de jovem começou a ser julgado onze anos depois

A primeira sessão do julgamento do homicídio de um jovem de 29 anos, em Chaves, ocorrido em Agosto de 2000, aconteceu esta terça-feira no Tribunal Judicial de Chaves, onze anos depois.

O alegado homicida, de 33 anos, de Vila Nova de Gaia, sob Termo de Identidade e Residência (TIR), está acusado do homicídio do jovem e roubo na forma tentada.

Pouco tempo depois do crime, o suspeito terá sido identificado pela Polícia Judiciária (PJ), mas nunca fora detido, tendo-se entregado às autoridades sete anos depois, em 2007.

A vítima mortal, Alfredo Ferreira, foi morta a tiro em Agosto de 2000, numa sucata, nas imediações da cidade, alegadamente pelo arguido devido a um negócio de telemóveis.

Apesar de não ter tido morte imediata, Alfredo Ferreira não resistiu e acabou por morrer a caminho do hospital.

Um dos amigos da vítima e testemunha, José Dias, relatou que Alfredo Ferreira terá sido aliciado a comprar ao suspeito 20 telemóveis topo de gama a preços muito inferiores aos do mercado.

A vítima mortal e o amigo encontraram-se com o suspeito e um primo para fazerem a transacção na sucata por ser um "local discreto".

Segundo José Dias, Alfredo Ferreira levava uma bolsa com o dinheiro para a compra dos telemóveis e o arguido queria que o jovem lhe entregasse o dinheiro antes de lhe entregar qualquer telefone.

DISPARO PARA "INTIMIDAR" A VÍTIMA


Perante a recusa, disse, o suspeito terá pegado numa arma e disparado para o chão. "Fiquei assustado com o tiro, fugi pelo monte e não vi mais nada", acrescentou.

Contudo, o presumível homicida alegou, em tribunal, que disparou para "intimidar" a vítima que não traria o dinheiro acordado.

O suspeito adiantou que viu o jovem pegar numa arma e disparar, tendo ficado com a sensação de ter sido atingido, pelo que alvejou Alfredo Ferreira.

O advogado do arguido, João Peres, alega que aquele agiu em "legítima defesa".

A PJ recolheu, no local do crime, invólucros de quatro balas de dois calibres diferentes.

O inspector da Policia Judiciária (PJ) que conduziu a investigação adiantou que as autoridades tinham relatos de pessoas burladas, na região, por um homem que lhes proponha este negócio de telemóveis.

O responsávelacrescentou que todas as pessoas burladas descreveram o mesmo indivíduo e "o mesmo modus operandi".

Uma das vítimas de burla contou que foi contactado por um homem para comprar telemóveis e, na hora da transacção, ficou sem o dinheiro e sem os telefones.

As alegações finais estão agendadas para o próximo dia 21, às 15h00.

FONTE: Correio da Manhã

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